MPF denuncia 12 por crimes contra indígenas no cone sul de MS

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou nesta sexta-feira (17) duas denúncias contra 12 suspeitos de estarem envolvidos em crimes contra indígenas no cone sul de Mato Grosso do Sul, região de fronteira com Paraguai. Eles são acusados de formação de milícia privada, constrangimento ilegal, incêndio, sequestro e disparo de arma de fogo.

O G1 entrou em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

As investigações começaram há oito meses, quando ocorreram vários confrontos entre indígenas e fazendeiros, principalmente em Antônio João. Na época, o procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, instituiu a Força-Tarefa Avá Guarani para apurar crimes contra os povos guarani-kaiowá e ñandeva.

O ajuizamento das denúncias é a primeira de uma série de medidas a serem adotadas para combater o conflito armado na região. Além dos crimes já apurados, também será investigada a morte do agente de saúde indígena Clodiode Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, na última terça-feira (14), em Caarapó.

Segundo a denúncia, jagunços teriam sido contratados e financiados por proprietários rurais para violentar e ameaçar as comunidades. Foram realizadas oitivas, diligências, análise de fotos e vídeos, buscas e apreensões. Os processos correm sob sigilo.

Na avaliação do MPF, a força-tarefa é uma resposta para a violência no campo. De acordo com o Ministério Público, nos últimos 10 anos, pelo menos um índio foi morto por ano em decorrência do conflito fundiário em Mato Grosso do Sul. (Fonte: G1)