Metade (49,05%) dos gases poluentes emitidos no Distrito Federal decorre da queima de combustível de veículos, aponta um estudo encomendado pela Secretaria de Agricultura. Gases emitidos pela indústria aparecem em segundo lugar (16,51%). A pesquisa levou em conta o período entre 2005 e 2012 e avalia a origem e concentração de produtos tóxicos na “atmosfera local”.
A situação no DF é diferente de alguns estados. Enquanto localmente as queimadas são responsáveis por 2% dos gases emitidos, na Amazônia e no cerrado como um todo, a atividade responde por 79,57% das liberações. No Rio Grande do Sul, onde há intensa atividade agrícola, as queimadas representam 68,24% das emissões.
Segundo a secretaria, o objetivo do estudo é definir estratégias para reduzir a liberação desses gases que provocam o efeito estufa – aquecimento da terra. Um grupo de trabalho vai avaliar os resultados, informou a pasta. De acordo com a secretaria, uma ação é necessária para respeitar um decreto presidencial de 2010, que determina que o DF e os estados brasileiros devem reduzir em 40% as taxas de emissão de gases.
Frota do DF – Números da Secretaria de Mobilidade apontam que o DF conta com uma frota de 1,64 milhão de veículos, que cresceu 99,64% em dez anos. No mesmo período, a população aumentou 24,93%, afirmou a secretaria. Em 2015, havia 2,9 milhões de habitantes no DF, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A média de ocupação de carros é de 1,7 pessoa por automóvel. Ao todo, 32% da população usam transporte coletivo, enquanto 45% recorrem a carros próprios.
Em maio, o GDF anunciou um plano com 80 medidas para garantir mobilidade e desafogar o trânsito. Com custo de R$ 6 bilhões, há ações que só seriam concluídas em maio de 2026.
“É uma política de Estado. É nossa obrigação planejar o futuro do Distrito Federal. Isso é feito por técnicos com base na necessidade da população”, afirmou o governador Rodrigo Rollemberg à época. “Tenho convicção de que os próximos governos darão continuidade em função da importância que isso tem para o futuro e para a melhoria da qualidade de vida das diversas cidades de Brasília.”
Riscos do efeito estufa – Um relatório do Painel Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) divulgado em 2014 na Conferência do Clima de Copenhague, na Dinamarca, alerta para a necessidade de mudanças nos hábitos humanos.
O relatório também adverte para os riscos como consequência de um sistema climático alterado:
– agravamento da segurança alimentar, com impacto nas colheitas de grãos e na pesca;
– aceleração da extinção das espécies e dano ao ecossistemas dos quais o ser humano depende;
– correntes migratórias provocadas pelo impacto econômico dos danos da mudança climática e a perda de terras em consequência do aumento do nível do mar;
– maior escassez de água, especialmente nas regiões subtropicais, mas também um risco de maiores inundações nas latitudes do norte e do Pacífico equatorial;
– riscos de conflitos por causa da escassez de recursos e impacto sobre a saúde provocado pelas ondas de calor e a proliferação de doenças transmitidas por mosquitos. (Fonte: G1)