Unicamp deposita a milésima patente

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) alcançou a marca de 1.000 patentes ativas após o depósito junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) da tecnologia “Levedura industrial geneticamente modificada LVY127 com a via oxi-redutiva de conversão de xilose, cassetes de expressão gênica, processo de obtenção de etanol 2G e uso da levedura LVY127”, de acordo com o Departamento de Comunicação da Agência Inova Unicamp.

A tecnologia, cujos inventores são o professor Gonçalo Amarante Guimarães Pereira, do Instituto de Biologia, e os alunos Leandro Vieira dos Santos e Renan Augusto Siqueira Pirolla, consiste em uma levedura modificada geneticamente capaz de aproveitar mais açúcares para a produção de etanol de segunda geração.

“É uma grande conquista chegarmos a mil patentes no ano em que a universidade completa 50 anos. A Agência de Inovação trabalha ativamente para não apenas proteger as tecnologias desenvolvidas no âmbito da universidade, mas também para levá-las até o mercado, impactando positivamente a sociedade a partir do oferecimento de produtos, processos e serviços melhores, de alto valor agregado. Sendo assim o nosso desafio está agora em licenciar essas patentes”, afirma o diretor-executivo da Agência de Inovação Inova Unicamp, professor Milton Mori.

De acordo com o último levantamento da Agência de Inovaç��o Inova Unicamp, o órgão responsável pela gestão da Propriedade Intelectual e da Transferência de Tecnologia dentro da universidade, 125 das 1.000 patentes estão licenciadas para o mercado. Levantamento realizado pelo INPI em 2015 apontou que a Unicamp é a terceira maior patenteadora do país. Na série dos últimos 15 anos do INPI, a Unicamp aparece como a universidade com o maior número de patentes depositadas.

A tecnologia desenvolvida na Unicamp, com a modificação genética da levedura, permite um aproveitamento 38,4% maior dos açúcares presentes na glicose e na xilose. “É como se tivéssemos uma plantação com 100 unidades de cana-de-açúcar e 38 delas não fossem aproveitadas. É uma quantidade muito grande. Nesse sentido, a tecnologia está ampliando nossos horizontes, nos permitindo maximizar o aproveitamento dessa terra”, afirma Guimarães Pereira. “O Brasil produz muita ciência. A questão é que as pessoas só percebem esse conhecimento quando a tecnologia muda a vida delas. Esse é um trabalho de todos nós da Unicamp”, finaliza. (Fonte: Agência FAPESP)