O mamífero mais traficado em todo o mundo é um animal típico de regiões da África e da Ásia e pouco conhecido na América do Sul, embora tenha algumas características semelhantes às do tamanduá, comum em terras brasileiras.
Algumas de suas peculiaridades, porém, fazem do pangolim um dos bichos mais visados por caçadores.
Com o corpo coberto por escamas (feitas de queratina) e sem dentes – ele se alimenta principalmente de formigas e usa sua longa língua para capturá-las -, o animal virou alvo principalmente por ser utilizado na medicina tradicional (alternativa, baseada em crenças e teorias) de países como China e Vietnã.
“Os asiáticos usam as escamas dele com vários propósitos, que vão de tratamento de câncer até o de males mais simples, como inchaço e artrite”, explica Lisa Hyood, da organização Tikki Hywood Trust, baseada no Zimbábue, que resgata, reabilita e liberta pangolins.
“Alguns curandeiros tradicionais africanos também utilizam o pangolim, mas não no mesmo nível e na mesma quantidade que eles têm sido usados na Ásia.”
Existem oito espécies do bicho, todas ameaçadas de extinção. Eles são animais de hábitos noturnos e solitários, que costumam se enrolar em torno do próprio corpo quando se sentem ameaçados.
Estima-se que cerca de um milhão de pangolins foram caçados na última década.
Por causa da alta procura pelo animal na Ásia, ele está praticamente extinto no continente – numa tentativa de suprir a demanda, os caçadores têm se voltado agora para a África.
Uma conferência internacional que acontece nesta semana na África do Sul pode determinar o futuro do mamífero mais traficado no mundo.
A deliberação da Cites (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagem), acordo entre governos com objetivo de garantir que a venda de espécies de animais e plantas selvagens não ameace a sua sobrevivência, pode tornar a caça a pangolins algo ilegal. (Fonte: G1)