O bilionário Elon Musk apresentou, nesta terça-feira (27), uma proposta de sua empresa SpaceX de como seria possível colonizar Marte e tornar viagens entre o planeta vermelho e a Terra viáveis para uma quantidade grande de passageiros. O principal princípio é o de criar uma nave que possa fazer múltiplas viagens de ida e retorno, e ser abastecida no espaço.
A colonização de Marte, na visão da SpaceX, além da criação de uma cidade autossustentável no planeta, teria de incluir formas de produção de combustível para alimentar as espaçonaves que viajarão de um planeta a outro.
Musk apresentou ilustrações e detalhes técnicos da nave reutilizável, batizada de Sistema de Transporte Interplanetário (ITS, na sigla em inglês). O objetivo é chegar a uma viagem com um custo de US$ 200 mil dólares por pessoa, em naves para cem passageiros. Essas naves viajariam a uma velocidade cruzeiro de 100 mil km/h, demorando entre 80 a 150 dias para viajar da Terra a Marte, dependendo da posição dos planetas.
O sistema não serviria apenas para ir a Marte, mas também a outros planetas. A intenção de Musk é tornar a espécie humana “interplanetária”. A apresentação aconteceu num evento de astronáutica em Guadalajara, no México.
A SpaceX planeja enviar uma cápsula não tripulada Dragon a Marte em 2018 com o objetivo de preparar o caminho para uma primeira missão tripulada que partiria da Terra em 2024 e chegaria ao planeta vermelho no ano seguinte.
Proeza – Conseguir chegar a Marte, a uma distância média de 225 milhões de quilômetros da Terra, e viver ali exige uma verdadeira proeza da engenharia e um orçamento imenso. “É improvável que (Musk) seja capaz de levar humanos a Marte em 2025”, estima John Logsdon, ex-diretor do Instituto de Política Espacial da Universidade George Washington.
Logsdon lembra que Musk já programou erroneamente lançamentos de foguetes SpaceX e afirma que a empresa teria que se associar com uma agência espacial governamental para levar adiante uma missão como essa. “Em primeiro lugar há o custo. Estamos falando de dezenas de bilhões de dólares e a SpaceX não tem esta quantidade de dinheiro”, afirma o especialista.
Mas reconhece que, embora o cronograma de Musk seja ambicioso, “é emocionante que exista alguém com esta visão” e “todos estamos interessados em ver o que tem em mente e como pode apresentar algo convincente”.
A agência espacial americana, Nasa, que também estuda os efeitos no corpo humano de um voo espacial prolongado, anunciou seus próprios planos para enviar missões tripuladas a Marte para a década de 2030. (Fonte: G1)