As araras-canindés escolheram Santa Fé do Sul (SP) para se reproduzir. Há seis anos, elas fazem ninhos pela cidade e, aos poucos, conquistaram os moradores, que se tornaram verdadeiros guardiões das aves.
Um grupo de voluntários foi criado e mais de 60 participantes ficam de olho o tempo todo para garantir a segurança dos filhotes e monitorar as araras. Eles são conhecidos como vigias das araras urbanas. A iniciativa tem ganhado repercussão porque a cada ano o número de araras aumenta. As araras-canindés começam a se reproduzir na cidade no fim de agosto e, em geral, ficam por quatro meses, tempo delas botarem os ovos, os filhotes nascerem e crescerem.
A presidente do Instituto Arara Azul de Campo Grande (MS), a bióloga Neiva Guedes, afirma que o fato dos moradores serem apaixonados pela espécie ajuda a manter as araras na cidade. “Para se ter ideia alguns ninhos estavam se quebrando, desmanchando e eles fizeram o manejo. Fazem o monitoramento, mas como não são especialistas buscam orientação comigo para continuar fazendo esse trabalho”, conta.
O funcionário público Alan Carlos de Souza diz que criou o grupo para poderem adicionar quem se interesse em proteger as araras-canindés. “Para quem tiver um ninho perto que possa cuidar e ajudar a gente no trabalho de monitoramento. Elas mandam foto, quando acham um filhote, alguma arara ferida. Avisam a gente e nós vamos até onde a arara está, está bem bacana”, afirma.
Segundo a bióloga, as araras saíram do interior do Estado por falta de alimentação, desmatamento e queimadas. Quando encontraram comida se estabeleceram.
No início, era um grupo de 47 aves, entre araras-canindés e vermelha. Elas ficaram ao longo de áreas verdes da divisa até os três estados.
Neiva diz que orientou os voluntários a fazerem alguns ninhos artificiais semelhantes com medidas especificas das araras-canindés para os próximos anos. “As araras sempre voltam para os mesmos lugares para se reproduzirem”, diz.
O vendedor Percival Gonçales Cláudio escorou o tronco da palmeira, que fica na praça central, pertinho de onde ele trabalha. Ele é um dos primeiros guardiões das araras e dos ninhos na cidade. “Todo ano a gente cuida do ninho, não é em qualquer cidade que têm o privilégio de ter uma arara, um ninho na cidade.”
A cabeleireira Amanda Pantaleão afirma que raramente as pessoas têm essa oportunidade. “Isso nos traz muita alegria, eu curto muito. É fantástico não tenha dúvida. Nós tomamos café da manhã com ela, observando, tratando dos filhotes, impressionante”. (Fonte: G1)
Por que capturar um inseto pode acabar em multa
Em 21 de junho, Luís Paulo dos Santos Pereira, estudante de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB), andava por uma área do Serviço Florestal Brasileiro, ao lado do campus universitário, com uma rede coletando insetos para uma tarefa de aula, quando foi abordado e multado por um fiscal do Ibama.
