Moradores de Auriflama (SP) estão inconformados com uma poda drástica que praticamente acabou com as copas das ruas e avenidas da cidade. As podas começaram há pouco mais de um mês e, entre as plantas que passaram pelo processo, estão árvores de diferentes espécies. A poda mudou a paisagem em vários pontos da cidade.
Em uma praça da cidade, além das podas, 15 árvores foram cortadas. Entre elas tem até pau brasil. A ação gerou polêmica e dividiu a opinião dos moradores. Alguns defendem medidas alternativas e não as podas e os cortes. “Todo mundo ficou chateado, revoltado, não era para ter acontecido isso, tinha de ter lei proibindo isso”, afirma a cuidadora de idosos Lourdes Maria Conceição Silva.
Outros reclamam que as copas das árvores grandes atrapalhavam a iluminação. “Já fui assaltada uma vez, outros vizinhos já foram assaltados, a noite não tinha confiança de chegar em casa porque não sabia quem estava sentado na praça”, afirma a cabeleireira Janaína Lima Appendino.
Preocupados com a situação, os moradores procuraram o Ministério Público, que fez uma recomendação à prefeitura e a Câmara pedindo a regulamentação do processo de podas, a imediata interrupção dos cortes, além da reposição de todas as plantas que já foram cortadas.
“A prefeitura deve mandar um projeto de lei para Câmara regulamentando a situação. E esse projeto deve estar embasado em laudos ambientais”, afirma o promotor de Justiça João Paulo Gabriel de Souza.
A professora da Unesp Regina Castilho, especialista em arborização urbana, diz que problemas durante podas são comuns porque na maioria das cidades não houve um estudo sobre quais espécies são mais adequadas para esses ambientes.
“A largura da calçada deve ser avaliada, ver se a casa tem afastamento ideal, que tipo de veículo que passa pela via, fiação elétrica. Árvore certa no lugar certo não precisa fazer poda, apenas a limpeza de galhos secos”, afirma.
A prefeitura de Auriflama disse que o município tem autonomia para fazer a poda das árvores em lugares públicos e que atendeu um pedido dos moradores. A prefeitura disse também que já atendeu ao pedido do Ministério Público, parou com o serviço, até que um projeto seja criado para regulamentar as podas. A prefeitura ainda se comprometeu a repor as árvores que foram cortadas. (Fonte: G1)