Esclarecer as denúncias da Fundação Nacional do Índio (Funai) que relatam um suposto massacre de índios em uma tribo isolada no Alto Solimões se tornou prioridade para a Polícia Federal, Ministério Público e Exército. As investigações seguem concentradas em Tabatinga, que fica na fronteira com o Peru e a Colômbia. À Rede Amazônica, os suspeitos negaram as acusações. “Sou pescador há 25 anos e nunca vi um índio”, disse um deles.
Soldados do Exército, agentes federais e funcionários da Funai fizeram um sobrevoo na região em busca de indícios da presença de índios isolados. Na terça-feira (19), agentes federais seguiram em uma embarcação para chegar à região onde teria ocorrido o confronto. A viagem já dura três dias.
Segundo a denúncia da Funai, o confronto teria ocorrido em um local conhecido como Três Bocas, na calha do Rio Jandiatuba. O relato aponta que três caçadores atiraram contra os indígenas, após encontrá-los pegando ovos na praia. Pelo menos dez índios teriam sido mortos.
No documento, consta também que os suspeitos pegaram os pertences dos indígenas e teriam sido vistos comentando sobre as mortes. Em uma foto anexada à denúncia, um dos suspeitos aparece com um remo.
Os investigados negam as acusações. Roque Alves Costa, de 70 anos, diz que nunca passeou de barco com os demais. Já Manoel Castro conta que estava pescando com o terceiro investigado, Algenor Costa, quando encontraram uma canoa indígena abandonada, e que o amigo levou o remo e uma tigela da embarcação. Contudo, o passeio teria sido no ano passado. Algenor foi ouvido na Polícia Federal nesta semana e negou as acusações.
“[Algenor] mente demais. Tudo isso começou porque ele inventou essa história. Sou pescador há 25 anos e nunca vi um índio”, diz Manoel.
Após receber as denúncias da Funai, o MPF pediu a prisão preventiva dos investigados, o que foi negado pela Justiça. No entanto, foram expedidos mandados de busca e apreensão para as casas dos suspeitos.
“A partir dessa comunicação, foi instaurado um procedimento no qual foram e estão sendo adotadas as medidas para apuração desses fatos, de forma que eles sejam confirmados ou não”, afirma o procurador da República Paulo Beltrand. (Fonte: G1)