Soltura de vespas diminui população de psilídeo onde não há controle químico

O grande potencial destrutivo do greening e sua chegada aos pomares brasileiros, em 2004, motivou o desenvolvimento de inúmeros estudos sobre a praga pelo Fundecitrus, instituição reconhecida internacionalmente na produção de conhecimento para a sustentabilidade do setor citrícola.

Apesar do manejo do greening realizado pelos citricultores em suas propriedades, áreas adjacentes com plantas de citros e murtas que não recebiam as pulverizações recomendadas para o controle do inseto transmissor da praga, atraiam psilídeos e comprometiam a ação dos produtores na luta contra o avanço das doenças nos pomares.

Em 2015, o Fundecitrus inaugurou seu laboratório de Controle Biológico, uma biofábrica de criação da vespinha Tamarixia radiata, inimigo natural do psilídeo, que realiza seu controle biológico em áreas com laranjeiras, limoeiros, pés de tangerina e murtas que não têm controle químico, como pomares abandonados, espaços urbanos, chácaras e sítios. Os locais são determinados pelo sistema de Alerta Fitossanitário do Fundecitrus, que monitora a população de psilídeo no parque citrícola de São Paulo e Minas Gerais.

Tamarixia radiata utiliza as ninfas de psilídeo para se reproduzir, matando-as no processo. Cada vespa pode eliminar até 500 ninfas. A liberação no meio ambiente não causa desequilíbrio ecológico, uma vez que a vespinha não atinge outras espécies de inseto ou plantas. “O objetivo do Fundecitrus é contribuir com o manejo sustentável do greening, proporcionando um meio natural de reduzir a população de psilídeo e, consequentemente, diminuir a necessidade de pulverizações nos pomares”, afirma a bióloga Ana Carolina Pires Veiga, responsável pelo laboratório.

Em fevereiro de 2017, o Fundecitrus ultrapassou a marca de 1 milhão de vespinhas liberadas em 734 propriedades, abrangendo 4789 hectares.

Fonte: Grupo Cultivar