Num comunicado das seis organizações, agrupadas na Coligação C6, diz-se também que as áreas protegidas devem ser apetrechadas com mais meios materiais e humanos, na prevenção e na primeira intervenção quanto a incêndios, e sobretudo “devem ser colocadas numa prioridade elevada na hora do combate”.
“Os valores naturais e a biodiversidade das áreas protegidas, sendo salvos, têm um papel fundamental na recuperação dos ecossistemas das áreas ardidas em redor, na reposição dos ciclos naturais e no repovoamento das espécies animais e vegetais.”, dizem as organizações.
Os comentários surgem a propósito de um relatório de uma comissão independente (divulgado a 12 de outubro) sobre a reforma da floresta portuguesa e os incêndios que em junho provocaram a morte de mais de 60 pessoas em Pedrógão Grande.
A Coligação C6 apoia o relatório e diz que ele identifica grande parte dos problemas na base das tragédias dos incêndios florestais deste ano, que ao todo provocaram mais de uma centena de mortes.
Mas teme, adianta-se no documento, que o relatório deixe de lado “a enorme destruição do património natural, essencial para a sustentabilidade ecológica e económica no longo prazo”.
Dados do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) citados no comunicado dão conta que até 16 de outubro arderam na Rede Nacional de Áreas Protegidas 37.332 hectares de espaços florestais (RNAP).
“No total ardeu 4,5% do território de Portugal Continental e 5,2% do total da RNAP. Isto parece indicar que as áreas protegidas não estão mais protegidas do que o resto do território, antes pelo contrário”, lê-se no comunicado.
A C6, criada em 2015, integra as organizações Fundo Mundial para a Natureza (WWF), Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), Liga para a Proteção da Natureza (LPN), Quercus-Associação Nacional de Conservação da Natureza, Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (Geota) e Fundo para a Proteção dos Animais Selvagens (Fapas).
Fonte: Diário de Noticias