Famílias rurais do semiárido brasileiro atendidas pelo Programa Água Doce acordam, todos os dias, com a certeza de ter água de boa qualidade em casa. Matar a sede, tomar banho e preparar a comida são agora práticas que fazem parte do dia a dia das pessoas. E a saúde, antes escassa, bateu à porta e chegou para ficar. O programa produz 2 milhões de litros de água potável diariamente, distribuídos em 10 estados do país.
Esse resultado pôde ser comprovado mais uma vez no segundo dia do VII Encontro Nacional de Formação do Programa Água Doce, realizado em João Pessoa, na Paraíba, até esta quinta-feira (7/12). Durante depoimento, a quilombola Hélia Lúcia contou como era a vida na comunidade de Aroeira, no município Pedro Avelino (RN), antes do programa chegar. “A gente ia buscar água de jumento, nos açudes, de lata d’agua na cabeça. Agora com a água de boa qualidade melhorou muito a nossa vida. Foi muito bom para a saúde do povo da minha comunidade”, conta.
As mais de 500 pessoas vindas dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais debateram a gestão compartilhada dos sistemas de dessalinização. “Eu não queria essa vida pra mim. Minha mãe não queria. Minha avó não queria. A gente vivia como prisioneiros, sem água pra beber, pra tomar banho. O acesso à água mudou isso. Trouxe dignidade para a comunidade”, afirmou Francisco da Silva Neto, coordenador do sistema de dessalinização da Comunidade Sítio do Meio, no Ceará.
O Programa Água Doce (PAD) tem o grande desafio de possibilitar o acesso à água a diversas comunidades do semiárido, que somam uma extensão territorial de aproximadamente 1 milhão de km². De acordo com o coordenador nacional do programa, Renato Saraiva, o PAD “contribui para a melhoria das condições de vida da população rural do semiárido e para a construção de comunidades sustentáveis a partir do elemento básico que é a água de qualidade, tendo as comunidades como protagonistas da sua gestão”.
FORMAÇÃO
Todos os participantes do encontro vão ganhar, com a presença comprovada nos três dias de trabalho, um certificado de formação. Com isso, eles se tornam multiplicadores do conhecimento nas comunidades, municípios, órgãos, instituições parceiras e empresas que fazem parte. O objetivo é profissionalizar o maior número de pessoas e manter a qualidade técnica exigida pelo programa.
Além das comunidades, técnicos, consultores e empresas parceiras participaram de uma série de capacitações, sobre diversos assuntos relacionados ao Programa Água Doce. Os temas foram desde Obras Civis, Sistemas de Dessalinização, Legislação, Tributação e Logística de Mercado até Sustentabilidade Ambiental e Sistemas Produtivos.
Fonte: MMA