O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, disse reconhecer a importância do agronegócio para o desenvolvimento do Brasil, mas que produção e meio ambiente devem caminhar de mãos dadas. “O meio ambiente existe independente da produção. Mas a produção não existe independente do meio ambiente. Eles têm que andar juntos em prol da nossa nação”, afirmou.
O ministro participou, na manhã desta segunda-feira, do seminário Gazeta Agro, realizado pelo Grupo Gazeta de Comunicação, em Cuiába (MT). O objetivo do evento é ampliar o espaço de reflexão entre os profissionais que atuam no agronegócio.
O Mato Grosso é líder brasileiro na produção de soja, milho algodão e girassol. Também é o maior produtor de carne bovina e possui o 5º maior rebanho suíno do país. Participaram do debate os ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, e da Fazenda, Henrique Meirelles, o governador do Mato Grosso, Pedro Taques, e autoridades do estado.
Sarney Filho ressaltou a posição importante do estado dentro do bioma amazônico e parte do Cerrado, que possui as grandes nascentes das mais importantes bacias hidrográficas nacionais. “Aqui temos a oportunidade de mostrar que a atividade agropecuária pode ser sustentável e os recursos naturais preservados para garantir o futuro”.
AMAZÔNIA
O ministro seguiu chamando a atenção para a importância da Amazônia em tempos de severa crise hídrica nas regiões sudeste, nordeste e no Cerrado brasileiro. Ele também ressaltou a redução em 16% do índice de desmatamento ilegal na Amazônia e a queda dessa taxa “ainda mais contundente, de 28% nas unidades de conservação federais” do bioma amazônico. O ministro explicou que ao impedir o desmatamento na Amazônia o governo federal está garantindo a chuva em determinadas regiões.
“O aquecimento global tem modificado o regime de chuvas no Brasil e no mundo e a Amazônia é a bomba d’água do nosso continente”, lembrou Sarney Filho. “Por isso, temos que preservar a cobertura vegetal, garantir a proteção de nascentes e das matas ciliares para garantir, também, a quantidade e a qualidade da água necessárias para a sobrevivência”, continuou.
“Antigamente a gente se preocupava muito com a qualidade da água, com o lixo na beira de rios e córregos, com a contaminação do lençol freático. Mas hoje temos que nos preocupar também com a quantidade da água”, disse.
Nesse sentido, Sarney Filho ressaltou o lançamento do programa de conversão de multas, na tarde desta segunda-feira, pelo presidente Michel Temer. A iniciativa deve garantir a revitalização da Bacia do Rio São Francisco no que diz respeito à recarga, em seguida, do Rio Parnaíba, grandes rios do semiárido, para chegar ao Pantanal, em uma segunda etapa do projeto.
CAR
Sarney Filho falou sobre a conclusão do povoamento do Cadastro Ambiental Rural (CAR), com 4,8 milhões de imóveis rurais, totalizando área de 435 milhões de hectares inseridos na base de dados do sistema. “A análise dos dados pelo sistema do CAR, o SiCar, foi implantada em dez estados. Outros seis, incluindo Mato Grosso, iniciaram as análises por seus sistemas próprios”, disse.
De acordo com ele, embora a regulamentação e a implantação do Programa de Regularização Ambiental (PRA) sejam dos estados, o ministério, por meio do Serviço Florestal Brasileiro, desenvolveu e entregou o Módulo PRA, com a finalidade de possibilitar a elaboração das propostas de adesão para regularização de passivos ambientais em áreas de preservação permanente, de reserva legal e de uso restrito.
DIÁLOGO
O ministro afirmou, ainda, que em sua gestão fez questão de criar um canal de diálogo com representantes do agronegócio e que tem diminuído a judicialização e a tensão de casos relativos a licenças ambientais, o que indica uma maior preocupação, por parte dos empresários do setor, em seguir as normas ambientais. “Meu gabinete está aberto para o diálogo. Atendo quase diariamente representantes do agronegócio. Temos a certeza que através do diálogo a gente vai caminhar juntos. O agronegócio é importante para o desenvolvimento social e econômico do país”, disse.
Fonte: MMA