O Ibama aplicou nesta terça-feira (10/4) cinco autos de infração que totalizam R$ 72,6 milhões contra a mineradora Anglo American em razão de dois vazamentos no Mineroduto Minas-Rio, ocorridos em 12 e 29 de março, que resultaram no lançamento de 947 toneladas de minério de ferro na região de Santo Antônio do Grama (MG). Após os acidentes, a Diretoria de Licenciamento Ambiental determinou imediatamente a interrupção da operação do mineroduto.
Em resposta ao primeiro vazamento, ocorrido na manhã de 12/3, o Ibama aplicou três autos de infração: R$ 12,55 milhões por poluição que pode resultar em dano à saúde humana, R$ 15 milhões por poluição hídrica que torna necessária a interrupção da captação e do abastecimento de água e R$ 12,55 milhões pelo lançamento de minério em desacordo com a legislação.
Na ocasião, 300 toneladas de minério de ferro foram despejadas no ribeirão Santo Antônio do Grama (MG), próximo à estação de bombeamento EB2. A primeira equipe de analistas ambientais do Ibama chegou ao local na tarde de 12/3 para monitorar a ocorrência e as ações de emergência adotadas pela empresa.
Na noite de 29 de março, um novo rompimento no Mineroduto Minas-Rio despejou 647 toneladas de polpa de minério na Fazenda Córrego Grande, zona rural de Santo Antônio do Grama (MG), próximo à estação de bombeamento EB2. O ribeirão Santo Antônio do Grama foi atingido por 174 toneladas do produto. O restante impactou áreas de pasto próximas.
Em razão do segundo derramamento, o Ibama aplicou dois autos de infração: R$ 17,5 milhões por poluição que pode resultar em dano à saúde humana e R$ 15 milhões pelo lançamento de minério em desacordo com a legislação. De acordo com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), o segundo vazamento não comprometeu o abastecimento público de água na região. Após o primeiro rompimento, o município iniciou captação alternativa para fornecer água à população.
“A empresa deverá realizar uma inspeção detalhada em todo o mineroduto. A interrupção da operação será mantida até a emissão de laudo técnico que ateste a segurança das instalações, após manifestação do Instituto”, afirmou o assessor técnico da Diretoria de Licenciamento Ambiental, Jônatas Trindade.
O Ibama aguarda a apresentação do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) pela empresa e irá acompanhar sua execução.
Fonte: Ibama