Pesquisadores da UnB embarcam rumo à à ilha Deception, na Antártica, em janeiro de 2018 (Foto: Marcelo Jatobá/UnB)
Até sexta-feira (18), o Brasil estará em Buenos Aires (Argentina) para apresentar um retorno sobre as ações feitas na Antártica para demais signatários do Protocolo de Madrid, tratado vigente desde 1998 com ações de proteção e pesquisa na região.
O Ministério do Meio Ambiente informa que o país deve apresentar resultados sobre o manejo ambiental da Estação Antártica Comandante Ferraz, que está em reconstrução desde incêndio em 2012 e deve ficar pronta em 2019 (veja abaixo).
Funcionando em módulos de emergência, a estação realiza tratamentos de dejetos de todo o lixo produzido.
Ainda, em conjunto com a Polônia, o Brasil apresentará proposta que considera a Baía de Almirantado, onde está localizada a estação brasileira, a primeira Área Antártica Especialmente Gerenciada (AAEG). Lá, também está localizada a estação Henryk Arctowski, de controle da Polônia.
De acordo com a pasta, o propósito da AAEG é assegurar o planejamento e coordenação das atividades em uma área especifica, tendo autonomia para redução do impacto ambiental.
O país é signatário do Protocolo de Madrid, vigente desde 1998, que estabelece ações de proteção na região que é a maior reguladora térmica do planeta e a maior em extensão em áreas silvestres.
Explicação da Marinha sobre a reconstrução da estação
Incêndio e nova estação
Em fevereiro de 2012, um incêndio afetou 70% das instalações da Estação Antártica Comandante Ferraz, base da pesquisa brasileira na Antártica, deixando dois mortos: os tenentes Carlos Alberto Vieira Figueiredo e Roberto Lopes dos Santos.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a nova estação de pesquisa brasileira deve ficar pronta em 2019.
A empresa chinesa Ceiec é a responsável pelas obras, que tem um custo de US$ 99,6 milhões. Pelas condições climáticas, o projeto foi montado na China e transportado por navio até a Antártica (veja vídeo acima)
Instalada em 1984, a estação faz parte do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), criado em 1982 para desenvolver pesquisas em áreas como oceanografia, biologia, glaciologia e meteorologia.
Os pesquisadores brasileiros são levados à Antártica durante o verão da região (outubro a março) por meio de navios da Marinha e de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).
Na Antártica, o Brasil investiga reflexos das alterações ambientais globais percebidas na região, com estudos integrados da atmosfera, do gelo, do solo e do oceano e investigações sobre a variabilidade climática no passado.
O país ainda monitora parâmetros físicos, químicos e biológicos que caracterizam o ambiente atual, possibilitando a compreensão e o detalhamento do papel da região como controladora das condições ambientais no Hemisfério Sul.
Fonte: G1