Programa prevê ações para preservar colmeias em meio ao Pantanal

O fenômeno mundial conhecido como Colapso das Colmeias (CCD, na sigla em inglês), provocado pelo uso de agrotóxicos nas lavouras, também atinge Mato Grosso do Sul. Para impedir o desaparecimento dos insetos, a ONG Ecoa – Ecologia e Ação – vem desenvolvendo o projeto “Oásis”, junto às famílias produtoras de mel no Pantanal.

O uso de agrotóxicos pode destruir os polinizadores. Os insetos enfraquecem, podem perder a orientação e não retornar às colmeias.

“Eles podem morrer por falta de alimentos, provocando o desaparecimento dos indivíduos e grandes impactos ambientais e econômicos, já que muitas famílias rurais dependem da produção de mel para sobreviver, por isso criamos o Oásis”, detalha Iasmim Amiden, coordenadora do programa.

A iniciativa vem sendo desenvolvida junto aos ribeirinhos e moradores de assentamentos rurais do Pantanal que têm a apicultura como fonte de renda alternativa. São repassadas orientações sobre manejo adequado para conservação das colmeias.

Apicultor realiza o manejo de mel em propriedade do Pantanal, onde programa Oásis é desenvolvido. (Foto: Divulgação/Ecoa)Apicultor realiza o manejo de mel em propriedade do Pantanal, onde programa Oásis é desenvolvido. (Foto: Divulgação/Ecoa)

Pantanal foi escolhido porque fica, muitas vezes, distante das grandes lavouras, fora do alcance dos agrotóxicos. Aliado a essas características, há floradas o ano todo, que fornecem néctar e pólen para os polinizadores. “O mel é limpo e contribui eficazmente para a sobrevivência das famílias”, ressalta  Iasmin.

Um seminário já foi realizado na sede do MPF (Ministério Público Federal), mostrando que o problema atinge, principalmente, as áreas das grandes lavouras.

A mortandade das abelhas é observada em regiões dos Estados Unidos e muitos países da Europa. No Brasil, acomete até mesmo o Rio Grande do Sul, maior produtor do País.

Potencial – O município de Bonito foi sede, em 2017, do II Seminário de Apicultura do Cerrado, realizado pela Feams (Federação de Apicultura e Meliponicultura de Mato Grosso do Sul) e pela Embrapa Pantanal. O evento priorizou a cadeia produtiva e destacado os pontos onde a apicultura pode se fortalecer no estado.

Mato Grosso do Sul é um dos maiores produtores de mel do Brasil e tem potencial para comercializar muitos outros derivados, como pólen, a cera e a própolis. Tanto é, que obteve a primeira IG (Indicação Geográfica) do Brasil para o Mel do Pantanal.

A produtividade é de 52,33 quilos de mel por colmeia ao ano, segundo dados da Feams. A média nacional é de 18 quilos.

Fonte: Campo Grande News