Cientistas espaciais acreditam que os asteroides, assim como os cometas e outros corpos celestes, se formaram cerca de 4,5 bilhões de anos atrás, nos primeiros momentos de nosso sistema solar.
Da mesma forma que os planetas, eles orbitam em torno do Sol, embora de forma particular: cometas têm longas órbitas elípticas, podendo passar milhares de anos nos confins do sistema antes de voltarem a se aproximar do astro central.
Certos asteroides e cometas chegam incrivelmente perto da Terra, e quando os cientistas conseguem fazer uma sonda pousar sobre um deles, uma de suas esperanças é aprender mais sobre aqueles obscuros princípios da vida, e como ela chegou até a Terra. Assim é grande a expectativa, num momento em que a Agência Espacial Japonesa (Jaxa) acaba de abordar o asteroide chamado Ryugu.
A missão Hayabusa 2, da Jaxa, visa trazer amostras desse asteroide próximo da Terra. Dela participam três sondas, uma das quais, a Mascot, foi construída em colaboração com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR) e leva os instrumentos para estudar a superfície de Ryugu.
A primeira vez que cientistas pousam sobre um asteroide é acompanhada com grande suspense pela comunidade NewSpace, especialmente por exploradores e mineradores comerciais de asteroides, para quem esses corpos celestes também representam o futuro humano.
Por outro lado, é a segunda vez que um dispositivo terrestre aborda num corpo rochoso no espaço: em 2014 a missão europeia Rosetta pousou no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, também conhecido como 67P/C-G ou “Chury”.
Potencialmente, cada tipo de objeto celeste traz informações diferentes para a ciência humana. Asteroides se localizam no Cinturão de Asteroides, entre Marte e Júpiter. Cometas, por sua vez, são encontrados mais distante. ou no Cinturão de Kuiper, além da órbita de Netuno, ou na Nuvem de Oort, no extremo do sistema solar, a cerca de 300 bilhões de quilômetros do Sol.
Tamanho e composição são documento
Já houve algumas colisões de cometas com nosso planeta, mas os asteroides em geral ficam pelo meio do caminho: eles entram a atmosfera terrestre em média uma vez por ano e chegam a ter o tamanho de um carro, mas se incineram antes de atingir a superfície.
Com os meteoroides é diferente: eles são partículas de um cometa ou asteroide em órbita solar, que quando sobrevivem à passagem pela atmosfera e caem em terra passam a ser chamados meteoritos.
Em geral, asteroides não são considerados perigosos para a Terra, mas o impacto de um meteoroide de 25 metros de diâmetro causaria danos consideráveis. Segundo a Nasa, o choque de um corpo celeste de um a dois quilômetros teria “efeitos de escala mundial”.
Cometas têm um diâmetro entre 9 e 40 quilômetros, asteroides vão de pequenas pedras até objetos de mais de 965 quilômetros de diâmetro. Calcula-se que Ryugu tenha cerca de 900 metros, enquanto “Chury” mede 4,1 quilômetros em seu lado mais longo.
Outra diferença é a composição química: cometas se constituem de gelo, rocha e compostos hidrocarbônicos; enquanto asteroides são de pedra e metais. Por isso, o interesse dos futuros mineradores neles, e essa nova corrida por recursos naturais.
Arautos de vida ou de morte?
Segundo a Nasa, asteroides são “inativos”, enquanto cometas são “parcialmente ativos”. Ambos os tipos de objetos são rochosos, poeirentos e de forma irregular, e potencialmente abrigariam matéria orgânica, viva.
Porém, cometas podem se tornar “ativos”, tendendo a emitir gases ou jatos de poeira, quanto mais se aproximam do Sol – como a equipe da Rosetta pôde observar ao estudar “Chury”. A superfície da “bola de neve suja” se aquece, e os materiais contidos nela se derretem e evaporam, produzindo uma cauda. Um exemplo é a espetacular cauda do cometa Halley, observada quando ele passa pela Terra a cada 70 anos, mais ou menos.
Isso significa também que a superfície dos cometas é altamente instável, enquanto a dos asteroides é sólida, com visíveis crateras e outros indícios de colisões com objetos menores. Devido à sua constituição, eles não produzem caudas.
Embora todas as órbitas sejam elípticas, elas o são em graus diferentes: enquanto as dos planetas são quase circulares, as dos asteroides relativamente circulares e estáveis, as dos cometas são altamente esticadas, “amassadas” quase.
Por último, os dois tipos de corpos itinerantes se distinguem pelas teorias em torno de sua relação com a vida terrestre. Para certos cientistas, os cometas podem ter contribuído para trazer água à Terra. Já os asteroides têm a fama de talvez terem causado extinções em massa no planeta – como a ocorrida com os dinossauros.
Fonte: Deutsche Welle