Naturalista Attenborough se diz otimista de que EUA irão voltar a pacto climático global

CHELTENHAM, Inglaterra (Thomson Reuters Foundation) – O naturalista britânico David Attenborough disse neste sábado ter esperança de que os Estados Unidos irão retornar a um acordo climático internacional para combater aquecimento global, à medida que negar mudança climática e seus impactos seria “catastrófico”.

Falando no Festival de Literatura de Cheltenham, no sudoeste da Inglaterra, Attenborough disse que foi uma “tragédia” que o presidente dos EUA, Donald Trump, tenha decidido deixar no ano passado o acordo climático de Paris de 2015 e promover a indústria de combustíveis fósseis dos EUA.

Attenborough, cujos documentários como “Planet Earth” e “Blue Planet” geraram preocupação entre o público acerca do crescimento populacional e uso de plástico, disse que fatos científicos sobre mudança climática são “simplesmente incontestáveis”.

“Sou otimista o suficiente para pensar que na verdade os norte-americanos não irão deixar tanto quanto tudo isso”, disse Attenborough, de 92 anos, um dos britânicos mais reconhecidos em questões de natureza e conservação.

“Conforme o tempo passa, o próprio povo norte-americano irá exigir que seu governo volte atrás nisso e aceite se juntar ao restante de países do mundo para tentar lidar com os grandes problemas que nos enfrentam”.

Ele disse que a assinatura do acordo climático de Paris em 2015 por quase 200 países, para limitar o aumento médio de temperatura global, fez com que os envolvidos sentissem que estavam “andando em nuvens”.

“Foi um momento e sentimento magníficos que a humanidade estava dando um passo adiante, e ter um dos signatários mais importantes então dizendo ‘não, nós vamos sair’ foi desesperador”, disse.

Os comentários de Attenborough foram feitos conforme importantes cientistas de clima em encontros na Coreia do Sul aprovaram um relatório da Organização das Nações Unidas para avaliar se temperaturas globais podem ser mantidas sob controle neste século para prevenir os feitos mais danosos do aquecimento global.

Fonte: Reuters