Terceiro maior furacão a atingir terra firme nos Estados Unidos, Michael devastou a costa da Flórida com ventos constantes de até 249 quilômetros por hora antes de perder força e se transformar numa tempestade tropical na madrugada desta quinta-feira (11/10), a caminho da Geórgia.
Ao menos duas pessoas morreram até o momento, afirmaram autoridades. Um homem na região de Panhandle, na Flórida, e uma menina de 11 anos no sudeste da Geórgia foram atingidos pelos troncos de árvores que caíram sobre os locais onde eles se abrigavam.
A expectativa era de que equipes de busca e resgate ampliassem esforços para alcançar as áreas mais afetadas e encontrar pessoas que pudessem estar presas nos destroços.
Tempestade mais intensa a atingir a Flórida em 80 anos, o furacão de categoria 4 na escala Saffir-Simpson por pouco não atingiu o grau máximo na escala, reservado para eventos extremamente raros. Seus ventos constantes ficaram apenas 3,2 quilômetros por hora abaixo dos de uma tempestade de categoria 5.
Às 2h desta quinta-feira, no horário local, o furacão estava próximo do centro da Geórgia. Com ventos constantes de 96 quilômetros por hora, Michael se movia na direção nordeste a uma velocidade de 32 quilômetros por hora.
Na noite desta quarta-feira, mais de 403 mil casas e empresas ficaram sem energia na Flórida, na Geórgia e no Alabama, segundo empresas de fornecimento.
O escritório do Centro Nacional de Furacões em Miami afirmou que a tempestade passaria pela Carolina do Norte e a Carolina do Sul nesta quinta-feira, trazendo consigo um volume de chuvas de até 8 centímetros. A região ainda se recupera de enchentes causadas no mês passado pelo furacão Florence.
Até 30 centímetros de chuva haviam sido previstos para a Flórida por conta da passagem do Michael. Muitas casas ficaram inundadas até o telhado na região da praia de Mexico Beach, onde a enchente chegou a 2,3 metros de altura.
A Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA, na sigla em inglês) estimou que 500 mil pessoas na Flórida receberam ordens de evacuação para locais mais elevados. Contudo, até 320 mil não levaram o alerta em consideração no golfo da Flórida, disse Brad Kieserman, da Cruz Vermelha.
O diretor da FEMA, Brock Long, reconheceu que a operação de evacuação na área foi lenta comparada à velocidade com que o furacão ganhou força. Michael passou de tempestade tropical para furacão de categoria 4 em cerca de 40 horas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou estado de emergência em toda a Flórida, liberando ajuda no nível federal para incrementar a resposta estatal ao desastre.
Num comício na Pensilvânia na noite desta quarta-feira, Trump ofereceu seus “pensamentos e preces” para aqueles no caminho da tempestade, prometendo visitar a Flórida. “Viajarei para a Flórida muito em breve e só quero desejar a eles o melhor. Fiquem com Deus”, disse.
Na América Central, os danos causados pela proximidade do furacão foram tão extensos que árvores e linhas de transmissão derrubadas podiam ser vistas em praticamente toda parte, assim como casas partidas em duas pela queda de troncos. Mais de 380 mil residências e empresas ficaram sem energia no pico da tempestade.
Fonte: Deutsche Welle