Um estudo publicado na revista científica PNAS por cientistas da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, calcula a rapidez com que espécies de mamíferos estão sendo extintas e quanto tempo de evolução seria necessário para trazer de volta à Terra a sua biodiversidade atual. O resultado não foi nada animador: muitos desses animais tendem a desaparecer nos próximos 50 anos e precisaríamos de entre três a cinco milhões de anos para recuperá-los.
Outra hipótese trazida pelos especialistas diz que seria necessário entre cinco e sete milhões de anos para que o nosso planeta retornasse ao estado que o reino animal era antes da evolução dos humanos modernos.
Para chegar a esses números, os pesquisadores usaram um banco de dados contendo espécies de mamíferos existentes e outras já extintas em comparação com o número de seres humanos no planeta. Esses dados foram combinados com informações sobre as extinções esperadas para os próximos 50 anos, além da simulação de quanto tempo levaria para sua recuperação.
As estimativas se baseiam na suposição de que as pessoas arruinarão os habitats e acabarão com algumas espécies, o que fará com que a extinção caia. Se a taxa de extinção, no geral, não começar a cair entre os próximos 100 anos, mais espécies provavelmente desaparecerão, causando uma maior perda de diversidade, segundo o estudo.
“Agora vivemos em um mundo que está se tornando cada vez mais pobre de grandes espécies selvagens de mamíferos”, disse Jens-Christian Svenning, coautor do estudo. “Os poucos gigantes remanescentes, como rinocerontes e elefantes, correm o risco de serem eliminados muito rapidamente.”
A União Internacional para a Conservação da Natureza prevê que 99,9% das espécies criticamente ameaçadas no mundo, além de 67% em extinção extinção, serão totalmente perdidas nos próximos 100 anos (o que não inclui apenas mamíferos). Isso significaria que a Terra poderia estar entrando em sua sexta extinção em massa (era na qual os ambientes do planeta mudam tanto que a maioria das espécies animais e vegetais morrem). Das outras vezes cinco vezes que esse tipo de extinção ocorreu, os desastres naturais foram os culpados. Mas agora, o principal vilão é o próprio ser humano.
A evolução é o mecanismo de defesa do planeta contra a perda de biodiversidade: à medida que os habitats e climas mudam, algumas espécies morrem e outras surgem lentamente. Esse processo é muito mais lento do que a rapidez da própria extinção.
Apesar do cenário preocupante, os cientistas afirmam que a pesquisa pode ser usada para descobrir quais espécies ameaçadas são únicas na evolução, o que ajudaria os conservacionistas a decidir onde concentrar seus esforços para evitar extinções mais devastadoras.
Fonte: Revista Galileu