A China ampliou a proibição às importações de resíduos sólidos, comunicou nesta segunda-feira (19/11) a mídia estatal chinesa. A medida faz parte de uma campanha do governo chinês para reduzir o “lixo estrangeiro” enviado ao país.
A ação regulatória – que ampliou a proibição de 24 tipos de resíduos sólidos proibidos no ano passado para 32 – entrará em vigor em 31 de dezembro, segundo a agência estatal de notícias Xinhua, que citou quatro departamentos do governo chinês.
Os tipos de produtos banidos nesta nova regulamentação incluem autopeças, hardware, navios, ferragens, aço inoxidável, titânio e madeira.
A China começou a rejeitar neste ano vários tipos de resíduos importados, incluindo plásticos e sucata de metal. A medida fez com que outros países tivessem que buscar alternativas para se livrar de seus excessos de resíduos.
A Alemanha, por exemplo, de acordo com a Agência Federal do Meio Ambiente do país, exportava 560 mil toneladas de resíduos plásticos por ano para a China – o equivalente a 9,5% do lixo plástico produzido no país europeu.
Além disso, a proibição inicial causou problemas em todo o mundo, uma vez que os recicladores perderam seu principal mercado de resíduos.
Desde 1992, aproximadamente 72% dos resíduos plásticos do mundo acabaram na China e em Hong Kong, de acordo com um estudo publicado na revista científica Science Advances.
A China comprou mais da metade da sucata exportada pelos EUA no ano passado – mas essa proporção vem caindo com as medidas regulatórias estabelecidas por Pequim, que reduziu os tipos de resíduos que as empresas chinesas podem comprar.
A China argumentou que as mudanças fazem parte de esforço no sentido de proteger o meio ambiente. Pequim afirmou que a China não quer ser mais a lata de lixo do mundo.
Igualmente prejudicial para as empresas de reciclagem têm sido as políticas mais rigorosas sobre a qualidade dos resíduos que a China permitirá que cruzem as suas fronteiras. Para produtos como papelão e metal, o país estabeleceu um nível de contaminação de 0,5% no ano passado – um limite extremamente baixo, que forçou os EUA e outros recicladores a mudar a tecnologia e as técnicas de classificação para atender aos novos padrões.
As exportações globais de plástico para a China devem cair de 7,4 milhões de toneladas em 2016 para 1,5 milhão de toneladas em 2018, enquanto as exportações de papel devem cair quase 25%, segundo uma pesquisa.
A China começou a usar o lixo como fonte de matérias-primas na década de 1980 e foi durante anos o maior importador do mundo, embora seu manuseio de resíduos não estivesse bem desenvolvido. Algumas empresas importaram lixo ilegalmente apenas pelo lucro, o que representava uma ameaça ao meio ambiente e à saúde, segundo a agência Xinhua.
Fonte: Deutsche Welle