Pelo menos 222 pessoas morreram e 843 ficaram feridas após um tsunami atingir a Indonésia, informam neste domingo (23/12) equipes de emergência locais. Cerca de 30 estão desaparecidas. Número de mortos pode aumentar.
Ondas que chegaram de até cerca de três metros de altura atingiram as regiões costeiras do estreito de Sunda, localizado entre as ilhas de Sumatra e Java.
Uma onda gigante varreu uma festa realizada na praia de Tanjung Lesung, na ilha de Java. Alguns integrantes de uma banda que se apresentava num palco e parte dos espectadores morreram ao serem atingidos pelas águas.
“Quando o incidente aconteceu muitos turistas estavam nas praias ao longo de (a cidade) Pandeglang, em Java”, disse o porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB), Sutopo Purwo Nugroho, em comunicado.
Em um vídeo, publicado por Sutopo no seu perfil do Twitter, pode-se ver a destruição de várias estruturas próximas ao litoral afetado, onde a potência das ondas arrastou vários veículos para o litoral.
Sutopo admitiu que inicialmente as autoridades indonésias confundiram o tsunami com uma maré crescente e chegaram a apelar à população para não entrar em pânico. “Foi um erro, sentimos muito”, escreveu.
O porta-voz da BNPB disse que a causa do tsunami vai ser verificada, embora tenha afirmado que o mais provável é que tenha sido causado por um deslizamento de terra submarino produzido pela erupção do vulcão Anak Krakatau e ressacas devido à lua cheia.
Aparentemente, a combinação de ambos os fatores motivou um tsunami repentino que atingiu a costa.
O papa Francisco pediu neste domingo apoio internacional e oração pelas vítimas e as famílias na Indonésia. O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, enviaram mensagem ao presidente indonésio Joko Widodo expressando solidariedade e pesar pelo ocorrido.
Pandeglang é a área mais danificada pelo desastre natural, onde se contabilizou o maior número de vítimas, assim como graves danos em 400 casas, nove hotéis e dez embarcações. A área abrange o Parque Nacional de Ujung Kulon e praias populares. Outros distritos severamente afetados foram os de Lampung do Sul e Serang. As autoridades acreditam que o número de vítimas deve aumentar.
O vulcão Anak Krakatau, no estreito de Sunda, que liga o Oceano Índico ao Mar de Java, tem 305 metros de altura e está localizado cerca de 200 quilômetros a sudoeste da capital Jacarta, onde tem sido registada atividade desde junho.
O vulcão foi formado após a erupção do Krakatoa em 1883, que não só destruiu a ilha onde se erguia como também criou a atual, ocupada pelo Anak Krakatoa, depois de deixar um rasto de devastação e mais de 36 mil mortos.
O pior tsunami na Indonésia aconteceu a 26 de dezembro de 2004 no norte de Sumatra. Na época, um abalo subterrâneo de 9,1 graus de magnitude diante da costa noroeste de Sumatra provocou um tsunami que causou cerca de 230 mil mortes numa dezena de países banhados pelo Oceano Índico. Cerca 170 mil morreram somente em território indonésio.
A Indonésia é o quarto país mais populoso do mundo e também um dos mais castigados por desastres naturais.
A localização geográfica da Indonésia, no Anel de Fogo do Pacífico, e os mais de 100 vulcões ativos no país tornam a nação propensa a grande atividade sísmica, a maioria moderada, que habitualmente passa despercebida à população. Só este ano, a Indonésia registou 11 terremotos com vítimas mortais.
No dia 28 de setembro, um terremoto de magnitude 7,5 na região central da ilha de Célebes desencadeou um tsunami que deixou 2.081 mortos e mais de 200 mil deslocados, a maioria na cidade de Palu e em seus arredores.
Entre 29 de julho e 19 de agosto, uma série de tremores na ilha de Lombok, perto da ilha de Bali, causaram 564 mortos e mais de 400 mil deslocados, a maioria deles após um devastador terremoto de magnitude 6,9 no dia 5 de agosto.
Fonte: Deutsche Welle