Comissão de Meio Ambiente vai debater segurança das barragens

Considerado o maior desastre ambiental da recente história brasileira, o rompimento da barragem de rejeitos de mineração em Minas Gerais expôs os riscos do armazenamento desses resíduos. As causas do rompimento da barragem em Brumadinho (MG) serão objeto de investigação em comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Senado. O presidente da Casa leu em Plenário requerimento para instalação da CPI. Na foto: Barragem Menezes II – Mina Córrego do Feijão, Brumadinho-MG. Foto: Reprodução
Autor do requerimento para realização do debate, senador Jean Paul Prates cobra a extinção das barragens “a montante”, como as que se romperam e causaram as tragédias em Mariana e Brumadinho em MG

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) promove audiência pública na  quinta-feira (14), data em que é celebrado o Dia internacional da Luta contra as Barragens, para debater a segurança de barragens no Brasil. Para o autor do requerimento, senador Jean Paul Prates (PT-RN), as recentes tragédias ocorridas no país, nas cidades de Mariana e Brumadinho, ambas em Minas Gerais, evidenciam que as barragens como as que se romperam devem ser extintas em todo o território brasileiro, como já determina a Resolução nº 4, de 15 de fevereiro de 2019, da Agência Nacional de Mineração (ANM), que determina extinção ou descaracterização, até 2021, das barragens chamadas “a montante”.

Nesse sistema, a barragem vai sendo elevada na forma de degraus conforme vai aumentando o volume dos rejeitos de mineração. A lama que é dispensada é formada basicamente por ferro, sílica e água. É o método mais simples, mais barato e mais instável. Segundo o senador, existem 84 barragens a montante no país.

De acordo com estudo da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) elaborado entre 2017 e 2018 para analisar a Política Nacional de Segurança de Barragens, existem cerca de 24 mil barragens no país. Dentre elas, 3.543 foram classificadas como de risco e 5.459 foram classificadas como de dano potencial. Do total, 723 barragens caracterizam-se tanto de risco como de potencial de dano.

Foram convidados para participar da audiência, o diretor de projetos estratégicos do Ministério do Desenvolvimento Regional, Antônio Luitgards Moura; o superintendente de fiscalização da Agência Nacional de Águas (ANA), Alan Vaz Lopes; o representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Iury Charles Paulino Bezerra; o defensor nacional de direitos humanos da Defensoria Pública da União (DPU), Eduardo  Nunes de Queiroz; o conselheiro do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Leandro Scalabrin; a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat; o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carlos Bernardo Vainer; e um representante da Agência Nacional de Mineração (ANM) a ser definido.

A audiência pública da CMA, que é presidida pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que será interativa, acontecerá às 11h, na sala 13 da Ala Alexandre Costa.

Fonte: Agência Senado