Há regiões do planeta que vão ficar habitáveis por causa do aquecimento global


A área da zona habitável na Sibéria pode aumentar 15% até 2080

Algumas áreas desertas da Sibéria e partes da Rússia asiática estão a tornar-se habitáveis por causa das alterações climáticas, indica um estudo do Instituto Sukachev da Floresta, na Rússia, noticiado pela ScienceAlert. Até 2100, é possível que as temperaturas subam tanto que as zonas atualmente frias demais para a sobrevivência humana passem a ser mais amenas e suportáveis. Isso pode motivar uma migração em grande escala, já que outras regiões mais populadas vão ficar demasiado quentes.

Os cientistas do instituto utilizaram modelos que permitem prever quais vão ser as condições de habitabilidade na Sibéria nas próximas décadas. Descobriram que, já a partir de 2080, as temperaturas podem ter aumentado entre 3,4ºC e 9,1ºC durante o inverno e entre 1,9ºC e 5,7ºC durante o verão. E perceberam que a área coberta por pergelissolo — a terra permanentemente congelada das regiões próximas ao Ártico — diminuiria de 65% para os 40%.

Significa isto que, apesar de algumas regiões permaneceram inabitáveis com o aquecimento global, estes valores podem traduzir-se numa área habitável para longas estadias 15% maior do que na atualidade. Mas isso não são boas notícias: é que, enquanto a Sibéria se torna mais acolhedora para os humanos, outras regiões do planeta vão tornar-se demasiado quentes ou ficar inundadas por causa do aumento do nível médio da água do mar. Além disso, recorda a ScienceAlert, isso obrigaria os humanos a invadir regiões dominadas por ursos polares e a enfrentar uma atmosfera poluída por produtos químicos tóxicos.

Este estudo, publicado na revista científica Environmental Research Letters, chega numa altura em que se descobriu que a Gronelândia registou temperaturas 4,4ºC superiores ao normal ao longo desta semana. Os dados do Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo — um centro de investigação norte-americano — indicam que nunca se registou uma extensão do gelo sobre o Oceano Ártico tão baixa em meados de junho como em 2019.

Fonte: AFP