O governo da chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, anunciou nesta quarta-feira (25) que deve destinar mais de meio milhão de euros para revitalizar as florestas do país, que sofrem com os efeitos das mudanças climáticas, pragas, longos períodos de estiagem e incêndios.
O anúncio foi feito pela ministra alemã da Agricultura, Julia Klöckner, durante a Cúpula Nacional da Floresta, em Berlim. Segundo ela, o governo alemão vai destinar 547 milhões de euros (2,5 bilhões de reais) para medidas de reflorestamento e adaptação.
De acordo com a ministra, essa quantia poderá ser ampliada para até 800 milhões de euros (3,65 bilhões de reais) com a participação de governos estaduais. Esse dinheiro poderá ser gasto nos próximos quatro anos, acrescentou Klöckner.
“Temos que agir com urgência”, disse Klöckner perante representantes de mais de 170 grupos de interesse e instituições, com vista aos danos florestais que vêm aumentando na Alemanha desde o ano passado. “A floresta está morrendo, em algumas partes. A mudança climática nos atingiu muito mais rápido do que o esperado.”
Klöckner também disse à emissora pública SWR antes da Cúpula Nacional da Floresta que a Alemanha precisa revitalizar suas matas para combater as mudanças climáticas.
“Toda árvore que falta é um soldado que não vai poder agir contra as mudanças climáticas. Tudo o que não reflorestarmos hoje, nossos netos vão sentir falta, é claro.” – ministra alemã da Agricultura, Julia Klöckner
Estima-se que os longos períodos de estiagem e as tempestades repentinas, os incêndios florestais e os besouros que se espalham agressivamente estão afetando 180 mil hectares de florestas no país, de acordo com os dados mais recentes.
No entanto, a Associação dos Agentes Florestais da Alemanha (BDF) acredita que essa área chegará a 250 mil hectares até o final do ano – superfície equivalente ao menor estado da Alemanha, o Sarre.
A BDF já havia solicitado anteriormente o plantio de um bilhão de novas árvores na Alemanha na próxima década. Na quarta-feira, Klöckner disse que o programa precisava produzir pelo menos tantas árvores quanto aquelas que foram perdidas nos últimos anos. O tipo de árvores plantadas varia de região para região, de acordo com o clima local.
Além disso, dinheiro público seria investido na remoção de árvores mortas das áreas afetadas. A ministra alemã da Defesa, Annagret Kramp-Karrenbauer, prometeu a ajuda dos militares nesse esforço.
No entanto, outros políticos criticaram a iniciativa como muito vaga.
“Não quero nos ver despejando milhões como de um regador”, disse a ministra do Meio Ambiente, Svenja Schulze, em entrevista ao grupo de mídia Funke. Ela pediu mudanças nas leis florestais da Alemanha e metas específicas de investimento.
O secretário do Meio Ambiente do estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, Till Backhaus, também criticou Klöckner por querer discutir, simplesmente, sua própria proposta em vez de exortar o intercâmbio com outros tomadores de decisão, como governos estaduais.
O IG Bau, um sindicato que inclui agentes florestais, pediu a contratação de outros 11 mil funcionários para facilitar os esforços de reflorestamento.
Fonte: Deutsche Welle