Em meio a tantas espécies em extinção, pelo menos algumas estão sendo redescobertas. É o caso do Tragulus versicolor, mais conhecido como “rato-cervo do Vietnã”. O bichinho não dava as caras há quase 30 anos. Essa é a primeira vez que ele é fotografado na natureza.
Sua última aparição foi em 1990, quando uma equipe de exploradores russos encontrou o animal durante uma expedição. Desta vez, o rato-cervo só foi capturado por imagens, por meio de armadilhas fotográficas instaladas na floresta. As câmeras possuem um detector de movimento e disparam ou começam a gravar assim que percebem alguma coisa se mexendo por perto.
O animal lembra um cervo filhote — a diferença é que ele permanece pequenininho pra sempre. Um adulto tem o mesmo tamanho de um gato doméstico, e o corpo que lembra o de um roedor. Apesar do nome, eles não são classificados nem como ratos nem como cervos, mas sim como a menor espécie conhecida de ungulados, o grupo que compreende os animais com cascos.
A descoberta foi feita pela ONG Global Wildlife Conservation e publicada na revista Nature. Ela faz parte de uma iniciativa que busca por espécies perdidas. Os pesquisadores da ONG conversaram com moradores da região em que o bichinho havia sido localizado no passado. Alguns relataram terem visto um pequeno animal com uma pelagem cinza nas costas, que caracteriza a espécie.
Os cientistas concluíram que valia a pena instalar três câmeras em árvores da região. Elas tiraram 275 fotos da espécie ao longo de cinco meses. Depois, os pesquisadores instalaram mais 29 câmeras, que capturaram outras 1881 fotos durante mais cinco meses.
Só a partir das fotos, não dá para concluir quantos espécimes existem nem se a espécie está ameaçada. Mesmo assim, os pesquisadores estão pensando em maneiras de proteger e preservar a espécie. Segundo os cientistas, os animais da região sofrem com a captura para o comércio ilegal.
Ainda existem pouquíssimas informações sobre o estado de conservação do rato-cervo. Mas segundo Andrew Tilker, pesquisador que participou da expedição, “se não implementarmos projetos de conservação agora, da próxima vez que a espécie desaparecer, a gente corre o risco de não encontrá-la de novo”.
Fonte: Maria Clara Rossini – Super Interessante