Caderneta agroecológica contabiliza trabalho de agricultoras na Bahia

O I Encontro das Guardiãs da Agrobiodiversidade do Semiárido Baiano foi realizado até quarta-feira (18) em Senhor do Bonfim (BA) reunindo mais de 300 agricultoras familiares para discutir temas como caderneta agroecológica (contabilização da produção das mulheres), feminismos, empoderamento e autonomia.

O encontro foi uma realização da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vincula à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio do Pró-Semiárido, projeto fruto do acordo de empréstimo feito entre o Governo do Estado da Bahia e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) das Nações Unidas.

Ação do projeto do Pró-Semiárido na Bahia.
Ação do projeto do Pró-Semiárido na Bahia.

O I Encontro das Guardiãs da Agrobiodiversidade do Semiárido Baiano foi realizado até quarta-feira (18) em Senhor do Bonfim (BA) reunindo mais de 300 agricultoras familiares para discutir temas como caderneta agroecológica (contabilização da produção das mulheres), feminismos, empoderamento e autonomia.

O encontro foi uma realização da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vincula à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio do Pró-Semiárido, projeto fruto do acordo de empréstimo feito entre o Governo do Estado da Bahia e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) das Nações Unidas.

No primeiro dia do encontro (17), houve troca de experiências sobre a sistematização das cadernetas agroecológicas, e foram divulgados dados expressivos da produção das mulheres na agricultura.

A contabilização da produção registrada pelas 351 mulheres que usam as cadernetas no projeto soma 404 tipos de produtos de origem animal, vegetal, beneficiados, medicinais e artesanato.

A renda gerada por meio da venda, troca, consumo e doação do que é produzido por essas mulheres corresponde a mais de 173 mil reais, no período de agosto a outubro deste ano.

“A caderneta deu visibilidade para aquilo que toda mulher sertaneja está acostumada a fazer, só que muitas mulheres dizem: ‘eu não faço nada, só tomo conta da casa, meu marido que trabalha’. Mas toda mulher gera alguma renda. Então, essa caderneta chegou para nós para dar visibilidade ao nosso trabalho”, disse a agricultora Maria Silvani Gonçalves que mora na comunidade de Angico, no distrito de Pinhões, em Juazeiro.

Além da presença das agricultoras que têm registrado sua produção nas cadernetas, o evento teve a participação de parceiros, técnicos e técnicas e Agentes Comunitários Rurais (ACRs).

Na mesa de abertura, as boas-vindas foram dadas pelo chefe local do Pró-Semiárido, Cleiton Lin, e contou com a presença de Beth Cardoso, da organização CTA da Zona da Mata de Minas Gerais; da Professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Laeticia Jalil; da agricultora, Maria Silvani; e da gerente de gestão do conhecimento do programa Semear internacional, Aline Martins.

Beth Cardoso é uma das idealizadoras da Caderneta Agroecológica. Em sua fala, ela traçou um histórico de como se constituiu a ferramenta metodológica e destacou que a caderneta vem mostrar a importância da produção das mulheres.

“A gente fala que a caderneta é um instrumento político e pedagógico porque é a partir do aprendizado sobre a própria produção que elas passam a ter autonomia financeira. A produção das mulheres é a riqueza que não aparece nem nos dados econômicos, então, a caderneta é boa também para mostrar que as mulheres estão fazendo rodar a roda da economia.”

Fonte: ONU