Não sei você, mas eu amo amizades improváveis ou inesperadas entre animais. Como esses orangotangos e lontras que se tornaram grandes parceiros no zoológico Pairi Daiza, em Brugelette, na Bélgica.
Os bichinhos se conheceram quando os funcionários do local decidiram desviar o rio das lontras para passar pelo recinto dos primatas. Magicamente, um vínculo especial se formou entre as espécies.
Segundo Mathieu Goedefroy, porta-voz do Pairi Daiza, o zoológico investe no “enriquecimento” social dos seus cativeiros.
“Isso significa que a qualidade de vida dos animais é muito importante. Uma das maneiras de fazer isso (além de esconder comida, fazer quebra-cabeças, organizar jogos mentais, colocar alguns balanços ou novos troncos lá) é colocando espécies de animais que possam interagir entre si no mesmo recinto ou torná-las capazes de se ver”, explicou ao Bored Panda.
Belas amizades
No recinto dos orangotangos, vive uma família composta pelo pai, Ujian, de 24 anos, a mãe, Sari, de 15 anos, e o filho Berani, que acaba de completar 4 aninhos.
Na imagem abaixo, é possível ver Berani brincando de esconde-esconde com seus colegas asiáticos, as lontras-anãs-orientais que também vivem em Pairi Daiza.
“As lontras se escondem sob grandes troncos de árvores ou construções de madeira, e Berani, o bebê orangotango, vem procurá-las. De vez em quando elas aparecem para provocá-lo. É realmente incrível de se assistir”, conta Goedefroy.
O porta-voz destacou que, desde 2017, quando os primatas chegaram ao zoológico da Alemanha, as lontras adoram interagir com seus amigos peludos. “Torna a vida mais divertida para ambas as espécies, o que torna esse experimento um sucesso”.
A importância deste enriquecimento social
Goedefroy acrescenta que existem outras interações animais no Pairi Daiza; gorilas vivem com macacos colobos, pinguins vivem com focas, cangurus compartilham um recinto com pelicanos, esquilos vivem com morcegos, hipopótamos-pigmeus também tem a companhia de pelicanos, as girafas de avestruzes, os elefantes asiáticos de gazelas asiáticas, zebras de búfalos e assim por diante.
De acordo com o porta-voz, dois fatores são muito importantes para o bem-estar dos animais em cativeiro: o tamanho do recinto e sua qualidade.
“Isso significa que um animal – e isso é ainda mais relevante no caso de orangotangos, com os quais os humanos compartilham 97% de seu DNA – deve ser entretido, ocupado e desafiado mental, emocional e fisicamente o tempo todo”, esclarece.
Ajuda
Goedefroy disse à CNN que plantações de palmeiras em Bornéu e Sumatra ameaçam as populações de orangotangos em seus habitats.
Pensando nisso, o zoológico Pairi Daiza levantou fundos para plantar 11 mil árvores em Bornéu para restaurar uma floresta e ajudar os seus orangotangos nativos.
Fonte: Hypescience- BoredPanda