Localizado na região Nordeste do Estado do Minas Gerais, o Território do Alto do Rio Pardo abriga a transição de dois importantes biomas nacionais, a caatinga e o cerrado. A região enfrenta desafios que envolvem diretamente as famílias e o setor privado: mineração, monocultura de eucalipto e agricultura irrigada impedem a preservação da biodiversidade local e da cultura tradicional local.
O projeto Bem Diverso, implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com a Embrapa e com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), está atuando na região para contribuir para a conservação da biodiversidade local.
Conheça um pouco mais sobre o projeto.
Localizado na região Nordeste do Estado do Minas Gerais, o Território do Alto do Rio Pardo abriga a transição de dois importantes biomas nacionais: a caatinga e o cerrado. Com mais de 16 mil quilômetros quadrados, reúne 192 mil habitantes em 15 cidades e nas áreas rurais, que abrigam cerca de 45 de toda a população da região (aproximadamente 86 mil pessoas).
A fauna e a flora locais são típicas de paisagens da caatinga e do cerrado, com alta biodiversidade e grande potencial econômico para a população local. Mesmo com a capacidade de geração de riqueza, de forma sustentável, a região enfrenta desafios que envolvem diretamente as famílias do Território e o setor privado.
A mineração, a monocultura de eucalipto praticada por empresas multinacionais e a agricultura irrigada são alguns dos obstáculos para a preservação da biodiversidade local e da cultura tradicional do povo “geraizero”, que é como se identificam as pessoas que ali vivem e têm as raízes na cultura e tradição locais.
O projeto Bem Diverso, implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), está atuando na região para contribuir para a conservação da biodiversidade brasileira em paisagens de múltiplos usos, por meio do manejo sustentável da biodiversidade e de sistemas agroflorestais.
A parceria com entidades locais é um dos fortes eixos de implementação das ações no Território. Um exemplo é o trabalho conjunto com o Centro de Agricultura Alternativa (CAA), que atua na valorização e fortalecimento da agroecologia local sustentável e colabora com mais de 3 mil famílias no Alto do Rio Pardo.
Frutas nativas – Pequi, buritis, araticum, café, tamarindo e coquinho azedo são plantas prioritárias na estratégia de fortalecer o extrativismo sustentável do Território. Típicas dos biomas cerrado e caatinga, elas não são tão conhecidas nacionalmente. Por isso, o Bem Diverso dá suporte para o beneficiamento das frutas para a produção em escala. Na cooperativa Grande Sertão, esses processos garantem renda extra para mais de 800 famílias da região.
Para atender à demanda local por mão de obra qualificada e que conheça a região, a Escola Família Agrícola Nova Esperança reúne características de aprendizagem totalmente adaptadas às necessidades locais. Exemplo disso é a metodologia de ensino: metade do tempo os alunos passam em sala de aula, e a outra metade, desenvolvem projetos nas comunidades locais, principalmente nas áreas de cultivo de alimentos e agricultura. O programa Bem Diverso dá estrutura completa para a aprendizagem em tempo integral.
Resultados – O Bem Diverso já capacitou mais de 2200 técnicos, estudantes e agricultores nos territórios em que atua. Seis Escolas de Família Agrícola também foram beneficiadas por ações do projeto.
Outro eixo é o mapeamento de cadeias produtivas em diferentes territórios e a viabilização de mais de R$ 2 milhões em crédito para comunidades extrativistas da Amazônia. Além disso, a parceria da Embrapa com o PNUD possibilitou fazer diagnósticos socioeconômicos com 1200 famílias e ajudou a definir exploração sustentável do uso da terra.
Parcerias – O projeto Bem Diverso é resultado de parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF). A execução, por sua vez, se dá mediante parceria com organizações da sociedade civil organizada e de governos locais.
Atuando em seis Territórios da Cidadania – Alto Acre e Capixaba (AC), Alto Rio Pardo (MG), Marajó (PA), Médio Mearim (MA), Sertão de São Francisco (BA) e Sobral (CE) – a iniciativa colabora com o desenvolvimento sustentável nos biomas Cerrado, Caatinga e Amazônia e fortalece a autonomia de comunidades tradicionais, de agricultores familiares , agroindústrias de pequeno porte e a biodiversidade das regiões.
De forma multidisciplinar, o projeto colabora direta ou indiretamente com a implementação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Fonte: ONU