RIO DE JANEIRO (Reuters) – O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta quinta-feira que vai substituir o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, como presidente do Comitê Orientador do Fundo Amazônia, após ter se reunido com os embaixadores de Alemanha e Noruega em busca de reativar o programa de financiamento de ações para proteção da floresta.
O anúncio foi feito após Salles ter sido duramente criticado por organizações de defesa do meio ambiente por declaração feita em reunião ministerial de abril, cujo vídeo foi divulgado na semana passada, afirmando que o governo deveria aproveitar “momento de tranquilidade”, com a atenção da imprensa concentrada na pandemia de Covid-19, para “ir passando a boiada” em termos de mudanças na legislação ambiental.
O Comitê Orientador do Fundo Amazônia foi extinto pelo governo do presidente Jair Bolsonaro em abril do ano passado, após críticas de Salles à administração do fundo de 1,28 bilhão de dólares, o que levou os governos de Alemanha e Noruega —os principais doadores— a congelarem repasses.
Mourão informou, em um publicação no Twitter, que será o próximo presidente do comitê orientador, por iniciativa do Ministério do Meio Ambiente, com vistas a integrar as ações do colegiado às do Conselho Nacional da Amazônia Legal, o qual também preside.
O vice-presidente não informou na postagem como será recriado o Comitê Orientador do Fundo Amazônia.
Mais cedo, Mourão se reuniu com os embaixadores da Alemanha e da Noruega e com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano. O BNDES é responsável por administrar os recursos.
“Apresentei aos embaixadores da Alemanha e Noruega e ao presidente do BNDES a proposta de reativação do Fundo da Amazônia, convidando os primeiros a conhecer no terreno a Operação Verde Brasil 2 e transmitindo a esses governos a política do Estado brasileiro para a Amazônia”, afirmou também no Twitter.
A Operação Verde Brasil 2 foi deflagrada este mês pelo governo federal para combater o desmatamento e o garimpo ilegal na Amazônia, com a presença de militares e servidores de órgãos do governo, sob a coordenação de Mourão.
A ação ocorre após o desmatamento na Amazônia brasileira ter aumentado 55% nos primeiros quatro meses do ano em relação ao ano anterior, segundo dados preliminares do governo.
Fonte: Reuters