Extinção iminente da humanidade: para sobrevivermos temos que solucionar estes 5 desafios

O professor e engenheiro mecânico do MIT, Asegun Henry, afirma que o tempo está se esgotando rapidamente para conseguirmos evitar a extinção da humanidade.

“Nossa missão aqui é salvar a humanidade da extinção pela mudança climática”

Para ele, evitar a extinção da humanidade é um desafio da física já que praticamente todas nossas fontes de energia partem do princípio de gerar ou transferir calor. Essa geração energética acompanha emissões de gases do efeito estufa e por esse motivo estamos perto de um ponto de não retorno, um nível crítico em que destruímos de maneira irreversível os sistemas de suporte de vida do planeta, de acordo com um press release.

Os 5 desafios da engenharia para salvar o planeta

Segundo Henry não devemos desistir ainda. Em uma pesquisa recente publicada na revista Nature Energy ele apresenta cinco grandes desafios para mudarmos o rumo desse destino sombrio.

Primeiro desafio: criar sistemas de armazenamento térmico tanto para a rede elétrica quanto para veículos elétricos, casas e prédios

Há uma corrida mundial atualmente para o desenvolvimento de um sistema que armazene o excesso de energia elétrica gerada por sistemas renováveis (solar, eólica, etc.) para que possa ser usada mais tarde. Isso levaria a entrada da energia renovável em toda a rede cortando 25% das emissões de dióxido de carbono (CO2) causadas pela geração de eletricidade. Ele chama isso de descarbonização da rede elétrica. Levando essa eletricidade para uma frota de veículos exclusivamente elétricos teríamos uma redução de 40% no carbono emitido para a atmosfera.

Segundo desafio: descarbonizar processos industriais que geram 15% das emissões globais de dióxido de carbono

Isso implicaria na modificação dos setores da produção de matérias primas: cimento, aço, alumínio e hidrogênio. Inúmeros dos processos que geram esses materiais obrigatoriamente emitem CO2. A grande pergunta é: há outros processos que realizem o mesmo trabalho? Segundo Henry “ou pensamos em outra maneira de fazer cimento ou inventamos algo diferente”. O desafio é enorme e precisamos de muitas outras mentes trabalhando no problema, segundo ele.

Terceiro desafio: refrigeração

Aparelhos de ar condicionado e refrigeradores usam produtos químicos duas mil vezes piores do que o CO2 para o efeito estufa. Pequenos vazamentos destes sistemas serão responsáveis por cerca de 15 a 20% dos gases do aquecimento global do mundo em 2050. Novas tecnologias deveriam substituí-los por alternativas não nocivas ao nosso sistema de suporte de vida.

Quarto desafio: transmissão de calor de longa distância

Nós transmitimos energia elétrica porque esse processo tem pouca perda e é relativamente barato. Mas é possível transmitir calor da mesma maneira? Existe uma incrível abundância de calor residual nas usinas que é totalmente desperdiçado e precisamos criar o “fio térmico” para transmiti-lo.

Quinto desafio: envelopes de construção de condutância variável

Alguns exemplos indicam que pode ser viável inventar um material térmico, talvez um dispositivo, que mude sua própria condutância. Porque isto seria útil? Quando estiver quente demais lá fora ele poderia evitar a passagem do calor pela parede bloqueando sua entrada. Mudando a condutância do material seria possível que a parede mudasse a direção da transmissão do calor quando necessário. Ainda estamos longe de criar sistemas funcionais nesse sentido.

“O tempo está se esgotando e precisamos de todas as mãos no convés” Asegun Henry

Talvez já seja tarde demais

O tempo necessário para estas mudanças é o problema. Mudar toda a infraestrutura de combustíveis fósseis para energia limpa pode não apenas levar mais tempo do que temos disponível, mas é possível que já tenhamos ultrapassado o ponto de não retorno.

“Precisamos de mudanças dramáticas, não ontem, mas anos atrás. Então, todos os dias, temo que o faremos pouco e tarde demais, e nós, como espécie, podemos não sobreviver às reações da Mãe Terra”.

Fonte: Hypescience