Dois filhotes de mico-leão-preto nasceram na Fundação Zoológico de São Paulo no último dia 16 de agosto. A espécie é a única endêmica do estado, ou seja, na natureza, o mico-leão-preto existe somente no estado de SP.
Hoje classificada como ameaçada de extinção, a espécie chegou a ser considerada extinta por mais de seis décadas. Em 1970, ela foi avistada novamente por cientistas no Parque Estadual Morro do Diabo, no extremo oeste do estado, e teve início seu processo de preservação. Desde então o animal já foi reconhecido como patrimônio ambiental de SP e animal símbolo da conservação da fauna do estado.
O Zoológico de SP é uma das poucas instituições capazes de reproduzi-la em cativeiro. Segundo um censo realizado em 2019, a população da espécie em cativeiro é composta por apenas 61 indivíduos, “número muito reduzido para um programa de conservação em longo prazo”, de acordo com a fundação.
“Na natureza, a situação também é preocupante: a população está estimada em 1.400 indivíduos, apresentando um declínio continuado relacionado principalmente à perda, fragmentação e desconexão de habitat”, afirma o a Fundação Zoológico.
A Fundação Zoológico de SP é uma das 10 instituições e autarquias do governo de São Paulo que podem ser extintas com a aprovação de um projeto de lei enviado pelo governador João Doria (PSDB). Um abaixo-assinado contra a extinção da fundação já conta com mais de 9 mil apoiadores online. Com o projeto, a gestão João Doria (PSDB) pretende cortar 5.600 vagas no funcionalismo público e gerar um resultado financeiro de R$ 8,8 bilhões.
Os micos nasceram em uma área interna e restrita do zoológico, conhecida como “Micário”. Este local é destinado à reprodução de três das quatro espécies de micos-leões existentes: mico-leão-preto, mico-leão-da-cara-dourada e mico-leão-dourado.
“Este espaço, construído exclusivamente para abrigar os micos, reflete o compromisso institucional no desenvolvimento de estratégias para a manutenção de espécies geneticamente viáveis para futuros programas de reintrodução e reforço das populações na natureza”, diz o zoológico em nota.
A reprodução em cativeiro é uma das estratégias usadas para garantir a conservação da espécie que, na natureza, foi vítima da crescente e desordenada ocupação humana e reduziu seu habitat a poucos fragmentos do território original.
Fonte: G1