Após oito meses sem contato, a Nasa voltou a enviar comandos à sonda Voyager 2 na última quinta-feira (29). A nave, que está há 18,8 bilhões de quilômetros de distância da Terra, foi lançada em agosto de 1977 e, desde então, já passou por Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
A reconexão ocorreu graças aos reparos na estação Deep Space Station 43 (também chamada de DSS43), em Canberra, na Austrália, onde há uma antena capaz de se conectar com objetos distantes. Os operadores arrumaram a peça principal, que mede 70 metros e atualizaram os transmissores de rádio pela primeira vez em 47 anos. Também foram atualizados os equipamentos de aquecimento e resfriamento, equipamentos de alimentação e outros componentes eletrônicos necessários para operar os novos transmissores.
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Na noite do dia 29, a Nasa enviou um sinal de teste para a Voyager 2, que o reconheceu e executou o comando enviado pelos controladores da missão. Para a agência espacial, essa ligação bem-sucedida é apenas uma indicação de que o a reconexão estará completamente corrigida em fevereiro de 2021.
“O que torna esta tarefa única é que estamos trabalhando em todos os níveis da antena, desde o pedestal no nível do solo até os receptores que abrigam porções dos receptores da antena no centro do prato que se estendem acima da borda”, disse, em nota, Brad Arnold, gerente de projeto da Nasa. “Esta comunicação de teste com a Voyager 2 definitivamente nos diz que as coisas estão de acordo com o trabalho que estamos fazendo”.
A DSS43 começou a operar em 1972 — cinco anos antes do lançamento da Voyager 2 e Voyager 1 — e tinha apenas 64 metros de largura na época. Em 1987, ela se expandiu e recebeu uma variedade de atualizações e reparos desde então. No entanto, os engenheiros que supervisionam o trabalho atual dizem que esta é uma das reformas mais significativas e a mais longa.
“A antena é um sistema altamente especializado; existem apenas duas outras semelhantes no mundo, portanto, deixá-la desligada por um ano não é uma situação ideal para a Voyager ou para muitas outras missões”, afirma Philip Baldwin, gerente de operações da Nasa. “A agência tomou a decisão de conduzir essas reformas para garantir que a antena possa continuar a ser usada para missões atuais e futuras. Para uma antena com quase 50 anos, é melhor ser proativo do que reativo com manutenção”.
Fonte: Galileu