China prepara primeira missão de carga para sua estação espacial

A China se prepara para lançar um foguete Longa Marcha 7 com a primeira espaçonave de carga rumo à sua estação espacial, ainda em construção. O lançamento estava originalmente planejado para as 14h desta quarta-feira (19), mas foi adiado por motivos não informados.

Chamada Tianzhou-2, a espaçonave não tripulada deve se atracar ao núcleo da estação (Tianhe-1) e transferir a ele combustível e suprimentos. O voo é parte dos preparativos para a missão tripulada Shenzou-12, que deve acontecer em junho e levar três astronautas para uma estadia de três meses a bordo da estação.

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Além do Tianhe-1, a estação receberá outros dois módulos que quando conectados lhe darão a forma de um T: são eles o Wentian (busca pelos céus) e Mengtian (sonhando com os céus).

Wentian e Tianhe tem braços robóticos para manipulação de componentes externos, e Mengtian tem uma câmara de descompressão para acesso ao exterior da estação.

Ilustração da Tiangong, destacando cada um dos módulos que a compõem. Imagem: Saggitarius A / Wikimedia Commons (CC-BY-SA 4.0)

A Tiangong será bem menor que a Estação Espacial Internacional (ISS), com um quarto de sua massa. “Não temos a intenção de competir com a ISS em termos de escala”, disse Gu Yidong, cientista-chefe do programa espacial chinês. O objetivo da estrutura do gigante asiático é suprir as necessidades científicas do país.

Serão necessárias 11 missões para concluir a construção da estrutura até 2022, incluindo quatro missões tripuladas, quatro missões de carga e o lançamento de três módulos. Quando completada a estação, batizada de Tiangong, terá vida útil de 10 anos, que poderá ser estendida a até 15 anos com upgrades futuros.

No inicio de maio a China foi duramente criticada pela forma com que lidou com a reentrada do primeiro estágio do foguete Longa Marcha 5B que levou Tianhe-1 ao espaço. O objeto fez uma “reentrada descontrolada”, e por muito tempo não se sabia onde iria cair, havendo risco de que ele atingisse regiões povoas no hemisfério norte e até mesmo o Brasil. 

A China minimizou os riscos. Em declaração ao Global Times, veículo vinculado ao Partido Comunista chinês, o especialista aeroespacial Song Zhongping afirmou que a preocupação “é mais uma campanha da chamada ‘ameaça espacial da China’ adotada por forças ocidentais”.

Segundo a Agência Espacial Chinesa (CNSA, China National Space Agency) os destroços atingiram o oceano índico, próximo às ilhas Maldivas, às 23h24 do dia 8 de maio. Não há relato de que partes do foguete tenham chegado ao solo ou causado danos à população da região.

Fonte: Olhar Digital