Apesar de relatos anteriores apontarem o contrário, a Starship SN16, protótipo de nave espacial da SpaceX, ainda pode ter mais um voo para fazer – especificamente, um teste de voo hipersônico, segundo o CEO da empresa, Elon Musk.
No último dia 16, diversos sites e vários usuários das redes sociais registraram o transporte da Starship SN16 para uma estrutura de armazenamento de foguetes resgatados – essencialmente, um “retiro” para os artefatos tecnológicos que não serão mais usados. Musk, porém, respondeu, via Twitter, a um desses canais, ressaltando o teste hipersônico como uma das viagens que o protótipo ainda “pode” fazer.
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Com nove metros de largura, 50 metros de altura e pesando algo entre 100 e 200 toneladas métricas quando vazia, a Starship SN16 foi movida pela SpaceX para um terreno semi pavimentado, sendo posicionada à Starship SN15. Esta última, porém, teve seus três motores Raptor removidos e ela própria já foi desinstalada de uma das duas bases de lançamento orbital há algumas semanas, ou seja, está definitivamente aposentada.
Se as palavras de Musk se confirmarem, então a SpaceX estará, com o perdão do trocadilho, explorando um espaço desconhecido para a Starship. Até hoje, nenhum de seus protótipos foi além de algumas centenas de quilômetros por hora (km/h) de velocidade durante as fases de ascensão (ou seja, empurrada pelos motores durante a subida). Mais além, a velocidade máxima possível para a embarcação só teria sido atingida durante o momento de queda livre, após atingir a órbita da Terra (ou seja, puxada pela força gravitacional, sem motores ligados).
Diante deste quadro, usar o protótipo para testar – e, com sorte, atingir – velocidades hipersônicas seria algo inédito para a SpaceX. Não são muitas as embarcações capazes de chegar neste volume. Alguns exemplos incluem o X-51 Waverider (Boeing) e o míssil Shaurya.
Para se atingir a velocidade hipersônica, a embarcação deve ser construída de forma diferente dos métodos comuns: ao contrário do que se vê em aviões comuns ou mesmo naves de alto desempenho (onde os componentes são desenhados separadamente e montados depois), naves hipersônicas geralmente são feitas com o conhecimento do papel de todos os componentes – do corpo aos sistemas, tudo é absolutamente integrado e essencial, pois diferenças de montagem podem gerar variância no fluxo de ar, o que traz influência na capacidade de aceleração e velocidade.
Normalmente, naves do tipo também são construídas com metais diferentes, como níquel resfriado ou titânio, para resistir a temperaturas mais altas ou choques súbitos de alto padrão. Afinal, “velocidade hipersônica” é aquela que supera em grande escala a velocidade do som – geralmente, essa marca é classificada como “Mach 5” ou superior, para os mais entendidos.
Elon Musk, sendo o melhor Musk possível, evidentemente não ofereceu nenhuma previsão para usar a Starship SN16 em qualquer teste hipersônico, então por ora, tudo fica no universo de possibilidades não confirmadas da SpaceX.
Fonte: Olhar Digital