Starship pode precisar de até 8 abastecimentos em órbita para pousar na Lua

Reprodução/SpaceX

Desde que a NASA decidiu fechar o contrato com a SpaceX para o desenvolvimento do lander lunar que levará astronautas à superfície da Lua, a Blue Origin, empresa fundada por Jeff Bezos, vem contestando a decisão e alegando “favoritismo” por parte da agência espacial. Nos capítulos mais recentes da polêmica, a empresa de Bezos afirmou preocupação com o projeto da SpaceX e até processou a NASA — e Elon Musk, CEO da SpaceX, entrou na discussão.

Após o anúncio do contrato com a SpaceX, a Blue Origin e a Dynetics contestaram o resultado e apresentaram protestos ao Government Accountability Office (GAO), que rejeitou os argumentos. Mesmo assim, a empresa de Bezos insistiu e alegou que o relatório de resposta do GAO confirma que houve problemas no processo de seleção da empresa para a empreitada conduzido pela NASA, indo além: também mostraram preocupação com a ausência de análises de prontidão de voo (FRR) e pela necessidade de 16 lançamentos da SpaceX, com somente três FRRs prontas.

No documento, a Blue Origin ressalta a importância da FRR para a segurança dos voos, principalmente no caso de veículos reutilizáveis, como é o caso da SpaceX. Segundo a empresa, a proposta de 16 lançamentos consecutivos com somente três FRRs, ao invés de uma por lançamento, não corresponde à prática comum da indústria. Como resposta, Musk corrigiu algumas das afirmações em alguns tuítes. De acordo com ele, “16 voos seriam extremamente improváveis” e disse que a carga útil do Starship para a órbita chega a aproximadamente 150 toneladas.

Por isso, segundo ele, somente oito voos seriam necessários para preencher os tanques do Starship lunar, que, sem flaps e escudo de calor, fica bem mais leve. Se considerarmos as pernas para o pouso lunar, que não pesam muito, somente quatro voos seriam necessários, com meio tanque. Musk ressaltou também que, mesmo que 16 voos com acoplagem fossem necessários, isso não seria um problema, porque a SpaceX já fez mais de 16 voos orbitais na primeira metade de 2021 e realizou acoplagens na Estação Espacial Internacional mais de 20 vezes.

Há algum tempo, tanto Musk quanto Bezos vêm trocando farpas nas redes sociais sobre seus respectivos projetos — e o conflito para ver quem estaria “recebendo tratamento preferencial” por parte do governo, devido ao contrato do lander lunar, acaba impactando o cronograma para o tão esperado pouso de humanos na superfície da Lua em 2024. O protesto apresentado ao GAO resultou em uma suspensão de 90 dias no desenvolvimento do Starship e, para completar, a NASA vem enfrentando uma série de desafios técnicos, que dificultam o sucesso do cronograma planejado.

Fonte: Canaltech