Nesta segunda-feira (11), tem início a primeira parte da 15ª Conferência das Partes pela Biodiversidade (COP15), da qual participam 196 países membros pela Organização das Nações Unidas (ONU). Realizado de forma virtual até 15 de outubro, o evento reunirá líderes de todo o mundo para propor e avaliar soluções em prol da diversidade da natureza pela primeira vez desde o início da pandemia.
Marcada inicialmente para março de 2020, a conferência não foi apenas postergada como também dividida em duas rodadas de negociações. A primeira delas é esta promovida em outubro, que será marcada pela avaliação das propostas do Marco Global para a Biodiversidade Pós-2020. A segunda, que concluirá a discussão sobre o assunto, será realizada entre os dias 25 de abril e 8 de maio de 2022, presencialmente, na cidade de Kunming, no sul da China.
O Marco Pós-2020 visa estabelecer metas para a conservação e o uso sustentável de recursos naturais, sempre focando na biodiversidade. Além disso, ele irá definir formas de fazer uma repartição justa entre os países dos benefícios colhidos pela preservação do meio ambiente. A expectativa, segundo especialistas, é que o marco seja uma espécie de “Acordo de Paris para a biodiversidade”.
No rascunho do documento, algumas metas e ações propostas chamam a atenção dos líderes e devem ser discutidas amplamente durante a COP15. Uma dela é a de que pelo menos 30% das áreas terrestres e marítimas que sejam importantes para a biodiversidade sejam preservadas. Outro ponto é a introdução de espécies invasivas, que deve ser reduzida em 50% para minimizar impactos negativos ao meio ambiente e à preservação da biodiversidade.
“Enfrentar o desafio de conter as perdas contínuas de espécies e diversidade genética e os danos aos nossos ecossistemas é o que determinará o bem-estar da humanidade para as gerações futuras”, afirmou Elizabeth Maruma Mrema, ativista tanzaniana e secretária executiva da CDB, em coletiva de imprensa virtual realizada no último dia 7 de outubro. “Proteger as contribuições inestimáveis da natureza para as pessoas requer que harmonizamos nossas políticas e ações em todos os níveis. A estrutura global da biodiversidade, com base na melhor ciência e evidências disponíveis, é fundamental para atender a essas necessidades.”
De acordo com especialistas, o marco deve ser o pilar dos objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD), evento responsável pela COP15 e outras conferências, e prevê metas para que possamos viver em harmonia com a natureza até 2050.
Além do marco, a convenção também irá avaliar o cumprimento de outros protocolos existentes, como as Metas de Aichi, que incluíam 20 objetivos a serem cumpridos até 2020 pela preservação da biodiversidade no planeta. Segundo o quinto relatório do Panorama da Biodiversidade Global, nenhuma das metas propostas foi completamente concluída, o que revela uma contínua perda de biodiversidade em todo o globo.
Agora, além das metas para 2050 que serão definidas pelo Marco Pós-2020, especialistas e governantes deverão também discutir o que farão em prol da natureza ainda ao longo desta década.
Fonte: Galileu