As ejeções de massa coronal enviadas pelo Sol no final de outubro ainda não acabaram. Após uma quantidade considerável de partículas carregadas chegarem à Terra no dia 31 — proporcionando belas auroras aos habitantes das regiões mais próximas do Polo Norte, aliás —, nossa estrela ejetou três outras massas coronais, incluindo uma “nuvem canibal”.
Ejeções de massa coronal (CMEs, da sigla em inglês) são geralmente formadas acima de manchas solares e disparam bolhas de gás e campos magnéticos. Nos dias 1° e 2 de novembro, uma mancha solar chamada AR2887 desencadeou duas dessas explosões, mas ambas foram “engolidas” por uma terceira CME, no final da terça-feira (2). Essa terceira explosão partiu de outra mancha solar, chamada AR2891.
De acordo com os pesquisadores do clima espacial, os coronógrafos SOHO captaram a terceira “nuvem” da tempestade geomagnética após uma explosão solar, capturada em câmera lenta, na mancha solar AR2891. As CME canibais recebem esse apelido porque são mais rápidas que as demais e “comem” outras ejeções de sua própria espécie.
Até onde foi reportado, a nuvem canibal varreu um CME inteiro e uma parte do outro. Isso resulta em uma “fusão” de massas coronais que viajam em nossa direção, devendo chegar à Terra por volta das 03h (horário de Brasília). O modelo computacional prevê um aumento de 250 km/s na velocidade do vento solar, aproximadamente, e 6 vezes em densidade.
Essas configurações significam que as tempestades geomagnéticas a caminho de nosso planeta são de classe G2, consideradas moderadas, com alguma interferência em sinais de rádio nas altas latitudes e potenciais flutuações da rede elétrica que podem prejudicar transformadores. Além disso, essa classe de tempestade solar pode causar irregularidades na orientação dos satélites. Mas não há motivo algum para pânico ou alarde.
Essas CMEs estão sendo monitoradas “de perto” e os efeitos mais perceptíveis ocorrem principalmente em altas latitudes, ou seja, próximo aos polos magnéticos. Ainda assim, essas regiões não sofrerão maiores danos — na verdade, experimentarão mais uma noite com auroras intensas, que podem aparecer até mesmo no extremo sul de Nova York, Wisconsin e Washington, na quinta-feira (4). Por isso, enfatizamos que, no momento, não há risco algum para seres humanos ou equipamentos críticos em órbita terrestre
Fonte: Canaltech