Rafael Fernandez Caballero venceu a edição de 2022 do Prêmio de Fotógrafo Aquático do Ano por sua imagem de cinco tubarões-baleia se alimentando nas Maldivas.
Em sua foto, Dançando com os Gigantes da Noite, os tubarões-baleia são vistos se alimentando de plâncton noturno perto das luzes de um barco.
“Já foi incrível quando um tubarão-baleia veio ao nosso barco — mas cada vez mais tubarões continuaram se aproximando”, diz Caballero, da Espanha.
“Eu estava mergulhando com o pesquisador de tubarões Gador Muntaner, que não conseguia acreditar nos números. Ele contou 11 tubarões naquela noite — algo inédito que ninguém pensava ser possível.”
A imagem foi a primeira colocada entre 4,2 mil imagens de 71 países.
O jurado do concurso Alex Mustard disse: “Fotografia precisa de luz — e simplesmente ter um registro desses gigantes em um oceano escuro é uma grande conquista. Fazer isso com uma luz tão bonita e uma composição cuidadosa dos cinco tubarões é excelente”.
“A restrição de viagens no ano passado pode ter impedido muitos fotógrafos de visitarem suas águas favoritas — mas não acabou com a sua criatividade.”
A competição anual, fundada em 1965 no Reino Unido, celebra a fotografia sob a superfície do oceano, lagos, rios e até mesmo piscinas.
Matty Smith, que mora na Austrália, foi nomeado Fotógrafo Aquático Britânico do Ano por um retrato de um grande tubarão branco nas Ilhas de Netuno, no sul da Austrália.
A imagem, Great White Split, foi produzida com uma cúpula ao redor da câmera, um poste de carbono e um gatilho remoto para conseguir captar a perspectiva impressionante.
“Eu projetei e construí meu próprio equipamento para colocar a câmera exatamente onde eu queria”, diz Smith.
“Surpreendentemente, os tubarões foram instantaneamente atraídos pela câmera. Na verdade, foi uma batalha para impedi-los de mordê-la.”
Abaixo, outros vencedores de diferentes categorias falam sobre seus trabalhos.
Macro: Mimetismo, de Javier Murcia, da Espanha
Este é um momento especial, capturando o encontro de um camarão e um peixe-cachimbo em águas espanholas.
Ambas as espécies vivem nas folhas de ervas marinhas.
O peixe-cachimbo parece uma folha de erva marinha — por isso alguns camarões se fundem com seu corpo, pensando que eles são folhas que se movem.
Naufrágios: Navio Abandonado, de Alex Dawson, da Suécia
O naufrágio do Tyrifjord é um dos favoritos na área do resort de mergulho de Gülen, na Noruega.
Ele fica a aproximadamente 40 metros debaixo d’água e é muito protegido.
O destaque do naufrágio é sempre o enorme timão na popa.
Comportamento: “All You Need Is Love”, de Pekka Tuuri, da Finlândia
Este lago do amor fica a 20 minutos de carro da minha casa [na Finlândia] e me recompensou bastante nos últimos 10 anos.
Ele estava cheio de amor no final de abril de 2021.
Passei quatro dias e quatro noites vestindo roupa impermeável, muita roupa de baixo e um colete aquecido, para sobreviver na água a 5ºC.
Boiei e fiquei parado entre os sapos — e logo eles passaram a ver a mim e minha câmera como parte da paisagem.
Retrato: Rapunzel em Chamas, de Thomas Heckmann, da Alemanha
Nossa ideia era criar uma silhueta completamente preta em primeiro plano — mas, ao mesmo tempo, fazer contato visual com o espectador.
Para fazer o cabelo brilhar no estúdio subaquático, três poderosas lampada estroboscópicas foram escondidas no fundo.
Preto e branco: O Mundo Subaquático de Sarah, de Kerrie Burow, da Austrália
Esta foto foi tirada um ano após a pandemia de coronavírus — minha sobrinha de sete anos, Sarah, olha com deslumbramento enquanto prende o ar debaixo d’água.
A cena retrata o poder terapêutico da água, que muitos de nós vivenciamos durante a pandemia.
Minimizei minha presença, não dei instruções para Sarah e deixei a cena fluir naturalmente.
Compacto: Paz, de Enrico Somogyi, da Alemanha
Uma vez por ano, no final de março, é a época de acasalamento dos sapos.
Eu estava tentando tirar uma foto dividida deste sapo [em uma lagoa em Leipzig, Alemanha], quando ele começou a rastejar na minha caixa estanque.
Revelação: Supernova no paraíso, de Quico Abadal, da Espanha
Eu conheci Jeniya no café da manhã de um dos meus restaurantes favoritos em Koh Tao, Tailândia.
Depois de alguns meses, nos encontramos novamente, na praia de Sairee.
Ela estava usando um vestido longo branco deslumbrante e planejamos filmar principalmente fotos divididas com o pôr do sol, usando estroboscópios para iluminar a cena subaquática.
Foi uma foto bem difícil de fazer, já que eu não tinha nadadeiras ou roupa de mergulho.
O que eu gosto nesta fotografia é a imperfeição da eetrodifusão, recriando espaço e tornando tudo perfeito, na minha opinião.
Grande angular em águas britânicas: Tempestade de Alcatraz, de Henley Spires, do Reino Unido
Um alcatraz nada em uma chuva artística de bolhas criadas por aves marinhas mergulhadoras em Shetland.
Atingindo a água gelada mais rápido do que um mergulhador olímpico, essas aves incríveis desenvolveram sacos de ar na cabeça e no peito para sobreviverem aos repetidos impactos.
De debaixo d’água, o som era estrondoso cada vez que esses torpedos brancos e aerodinâmicos perfuravam a superfície.
Eu queria criar uma nova imagem dessas belas aves marinhas e resolvi tentar capturar o movimento através de uma exposição lenta.
Macro em águas britânicas: Melhores Amigos, de Dan Bolt, do Reino Unido
Estávamos mergulhando em uma área de recife em Loch Carron, em Ross-shire, que eu não havia explorado anteriormente.
Depois de um grito animado e um sinal de lanterna em minha direção, desci para ver que meu amigo havia encontrado não apenas um, mas dois lindos Chirolophis ascaniiescondidos em uma rachadura na rocha.
Vida em águas britânicas: Uma Coexistência Pacífica, de Lewis Michael Jefferies, do Reino Unido
Nos meses de verão, águas-vivas frequentam as Ilhas Britânicas em grande número por causa das águas mais quentes.
O verão de 2021 não foi exceção e havia um grande número dessas águas-vivas em Falmouth Bay, na Cornualha.
Espero que minha imagem possa inspirar outras pessoas a explorar e apreciar as maravilhas encontradas em nosso quintal, em águas britânicas.
Águas britânicas compactas: Estrela da Piscina de Rochas, de Martin Stevens, do Reino Unido
Vivendo desde águas rasas até as mais profundas e atingindo tamanhos impressionantes, essas estrelas-do-mar com espinhos são abundantes na Cornualha.
Muitas vezes tirei fotos delas debaixo d’água — mas na maré baixa, elas podem ser encontrados em piscinas de rochas.
Coloquei uma objetiva olho-de-peixe e tive sorte com as condições de luz.
Depois de um tempo, me deparei com uma grande estrela do mar em uma fossa cheia de algas.
Fundação Save Our Seas, Marine Conservation: Grande Apetite, de Thien Nguyen Ngoc, do Vietnã
Uma perspectiva aérea de atividades de pesca de anchovas ocupadas na costa de Hon Yen, província de Phu Yen, Vietnã.
A anchova salgada é a matéria-prima mais importante para criar o molho de peixe tradicional vietnamita, mas as anchovas são um peixe pequeno com grande impacto.
Quando são pescados em excesso, as baleias, atuns, aves marinhas e outros predadores marinhos que dependem deles como alimento básico enfrentam fome e declínio populacional.
Fonte: BBC