Em um novo levantamento divulgado nesta quinta-feira (23), o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) identificou cerca de 5.172 focos de calor no bioma amazônico entre janeiro e maio de 2022.
O levantamento destaca que o estado do Amazonas tem sofrido um aumento expressivo de focos de calor, principalmente por queimadas. Para comparação, entre janeiro e maio de 2021, foram registrados 150 focos; já no mesmo período deste ano, o número se elevou para 286. Isso representa um aumento de 23,9%.
Segundo a avaliação da diretora de Ciências do Ipam, Ane Alencar, a parte sul do Amazonas passa por um processo de ocupação das terras públicas acelerado e é considerada uma nova fronteira agrícola. “Isso tem gerado muito desmatamento, e muito desmatamento gera muito fogo”, comenta Ane Alencar em nota à imprensa.
Concentrando cerca de 71% dos focos de calor, os imóveis rurais se tornaram os mais afetados pelo problema. Já na categoria de uso público, as terras indígenas são as mais atingidas pelo agravamento do desmatamento atrelado ao fogo. Com uma alta de 17,3% em comparação ao mesmo período no ano passado, os focos nessas áreas totalizam 367.
Atualmente, a Amazônia apresenta um período de estiagem que deve ir até setembro, tendo seu ápice em agosto. Esse período tende a contribuir para o aumento de focos de incêndio, que acabam por danificar outros biomas.
“Só em maio deste ano, no Pantanal, o número mais que dobrou”, alerta a diretora , acrescentando que houve um crescente de 273 para 402 focos entre 2021 e 2022. Além do Pantanal, o Cerrado registrou 6.630 incêndios neste ano, contra 5.87 do ano passado.
Segundo Alencar, a presença eficiente do Estado poderia evitar o aumento do desmatamento. “Coibir o desmatamento significa reduzir o fogo no futuro, mas não podemos esperar que o fogo seja reduzido por conta das chuvas somente”, explica.
Fonte: Galileu