Os microplásticos já foram encontrados no fundo do oceano, dentro do corpo humano e até no ar. Agora, pesquisadores da Universidade de Prešov, na Eslováquia, encontraram essas partículas minúsculas dentro de plantas.
O objetivo incial do estudo, publicado no periódico BioRisk no último dia 30 de agosto, era estudar as pequenas poças de água que se formam nos axilares, estruturas laterais dos caules.
A pesquisa foi feita em cardos, plantas do gênero Dipsacus que são parentes das alcachofras. Elass têm como característica folhas que crescem no caule em direções opostas, umas em cima das outras, e que têm uma vida curta, de três a quatro meses.
Os pesquisadores analisaram os axilares com um microscópio. O material avaliado reuniu, ao todo, 4,5 litros de água e sedimentos de 50 cardos diferentes. E o que chamou a atenção dos autores foi a presença de fibras coloridas incomuns.
Eram microplásticos. Os pedaços de polímero tinham entre 141 mícrons e 2,4 milímetros de comprimento. Eles foram encontrados na concentração de 101 a 409 fragmentos por milímetro da planta.
“A primeira descoberta de microplásticos em pequenos reservatórios de água de curto prazo criados por plantas é mais uma evidência de que essa contaminação se espalha por vários caminhos e provavelmente nenhum ambiente na Terra é seguro, o que obviamente torna nossa descoberta bastante desanimadora”, dizem os pesquisadores, em nota.
Agora, a equipe pretende entender como os microplásticos foram parar nas folhas e na água do caule. Isso porque nenhuma outra fonte de contaminantes foi encontrada na área estudada, no leste da Eslováquia.
Para os pesquisadores, há duas teorias possíveis: a primeira é de que os fragmentos e fibras provavelmente vieram da atmosfera poluída e a segunda seria que caracóis podem tê-los transportado do solo ou de outras plantas.
A descoberta dos poluentes é um indicativo de que os cardos, especificamente, têm a capacidade de capturar microplásticos de várias maneiras do meio ambiente.
Fonte: Galileu