Na última semana, milhares de águas-vivas do tipo bala de canhão (Stomolophus meleagris) foram flagradas aglomeradas ao longo de um trecho da costa da Carolina do Norte, nos EUA, em uma espécie de “jamboree” (nome dado a grandes acampamentos de escoteiros e bandeirantes). Guardas florestais do Cape Hatteras National Seashore, bosque ligado ao Serviço Nacional de Parques (NPS), registraram o espetáculo e compartilharam em um post no Facebook.
Com cerca de 450 gramas e medindo em torno de 24 centímetros de diâmetro, essa espécie que se amontoou sobre as areias é um dos tipos mais comuns de águas-vivas ao longo da costa sudeste do país, segundo o Departamento de Recursos Naturais da Geórgia.
Esses animais são normalmente vistos na costa leste norte-americana, mas também podem ser encontrados entre a Nova Inglaterra e o Brasil, bem como no Oceano Pacífico.
“As águas-vivas dependem de ventos e correntes para ajudá-las a nadar. Temperaturas mais frias da água, ventos e correntes podem desempenhar um papel na limpeza de seus corpos em terra”, diz o post.
Essas lavagens em massa de águas-vivas podem ocorrer após a floração de águas-vivas, nas quais a população local cresce absurdamente em tamanho após um boom na reprodução.
A “assembleia” das águas-vivas-bala-de-canhão aconteceu ao longo da borda norte da Ilha Ocracoke, que faz parte do arquipélago de Outer Banks. O súbito aparecimento em massa dessas grandes bolhas macias e sem ferrão coincide com a temporada de desova do tambor vermelho (Sciaenops ocellatus), uma espécie de peixe de água salgada cujas larvas são o alimento preferido para as águas-vivas.
De acordo com o site News Week, se perturbadas, as águas-vivas-bala-de-canhão podem expelir um muco cheio de toxinas, o que prejudica pequenos peixes na área imediata e afasta a maioria de seus predadores. Essas toxinas também são capazes de causar problemas cardíacos em humanos, embora isso não seja tão comum, além de prejudicar os olhos e irritar a pele.
Fonte: Olhar Digital