Arqueólogos da empresa escandinava Arkeologerna descobriram as ruínas de dois navios medievais nas águas costeiras do Mar Báltico, na Suécia. Os especialistas concluíram que as embarcações datam do século 14, mas eles ainda não sabem os motivos que levaram aos naufrágios.
Segundo informa o site Ancient Origins, os navios datam da época da Liga Hanseática, uma aliança marítima de cidades mercantis do norte de Alemanha e comunidades alemãs, que dominava comercial e politicamente o norte da Europa entre os séculos 13 e 15.
Os dois barcos vieram de muito longe, conforme mostraram novas análises da madeira retirada dos destroços. “É muito emocionante ver como eram os contatos comerciais medievais e as rotas de transporte marítimo ao longo da costa oeste”, observa a arqueóloga Elisabet Schager, em comunicado.
De acordo com os pesquisadores, ambos os veículos apresentavam construções características de barcos medievais. O maior dos navios, chamado Varbergskoggen 1, foi construído com madeira derrubada após 1346, na área ao redor da Holanda, Bélgica e nordeste da França. O barco é o naufrágio mais bem preservado até agora investigado na Suécia.
Já a menor embarcação, Varbergskoggen 2, foi construída a partir de carvalho derrubado entre 1355 e 1357, no norte da Polônia.
Como as dimensões das madeiras bem como a execução de certos detalhes construtivos diferem, as duas embarcações se complementam de forma “extraordinária”, de acordo com a empresa.
Os barcos foram localizados durante a construção de um túnel ferroviário perto de Varberg, a cerca de 193 km ao norte de Copenhaguen, na Dinamarca.
Os Varbergskoggens 1 e 2 estavam a quase 10 metros de profundidade no fundo do mar, o que é incomum e faz das descobertas completamente únicas. Os exploradores subaquáticos encontraram dentro dos naufrágios utensílios domésticos como tigelas e colheres de madeira, além de várias tampas, bases de barris com gravuras e sapatos de couro.
Schager afirma que a equipe coletou amostras de solo para análise que podem conter restos de alimentos e mostrar o tipo de carga que estava a bordo. “A partir disso, podemos entender de onde eles vieram e para onde estavam indo”, explica a pesquisadora.
Ela acrescenta que ainda não se sabe de fato como os navios afundaram. Presumivelmente, os dois barcos naufragaram ao mesmo tempo, mas não é possível dizer se estavam viajando juntos na ocasião dos desastres.
Fonte: Galileu