Inovação e valor agregado na produção de pinhão e erva-mate contribuem com conservação da Floresta com Araucárias

Símbolo do Paraná, a Araucária permanece em alerta de extinção. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, dos 200 mil quilômetros quadrados de Florestas com Araucárias que cobriram as regiões Sul e Sudeste do Brasil, restam menos de 3%. Além da exploração da madeira, a comercialização inadequada do pinhão é um fator preocupante. Quando a semente da Araucária é colhida em grande quantidade ou sem estar madura, atrapalha o processo de reprodução da espécie e o surgimento de novas árvores, além de prejudicar a alimentação dos animais.

Para assegurar a preservação da Floresta com Araucárias, estão em desenvolvimento projetos que tentam conservar e ampliar as áreas em que esse ecossistema ameaçado ocorre. Um exemplo é o Araucária+, modelo de negócio criado a partir da parceria da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e da Fundação CERTI, com o objetivo de gerar inovação em negócios que contribuem com a conservação desse bioma.

“Por se tratar de uma área com grande valorização econômica, queremos que a floresta continue a gerar renda, mas de forma sustentável. Incentivamos os produtores rurais a seguirem ações de manejo responsável das áreas naturais para protegermos e restaurarmos cada vez mais essa floresta”, destaca o coordenador de Negócios e Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, Guilherme Karam. Com 13 produtores envolvidos, o projeto conserva 671 hectares e já comercializou 2,8 toneladas de pinhão e 400 toneladas de erva-mate produzidas por meio de um padrão sustentável.

Confira três usos diversificados de matérias-primas vindas da Floresta com Araucárias:

1)    Cerveja

Feita no Paraná, a Cerveja Insana Pinhão é fabricada sazonalmente a partir de parceria com o Araucária+. Ela se encaixa nos padrões de gastronomia sustentável por ser produzida apenas na época em que a atividade de coleta do pinhão é permitida por lei, recebendo a semente de produtores preocupados em preservar as florestas. A bebida já foi premiada no Festival Brasileiro de Cerveja e pode ser harmonizada com carnes mais fortes, além de sobremesas cremosas e gordurosas.

2)    Gastronomia

O pinhão também pode ser encontrado em muitos pratos. A semente pode ser usada para fazer diversas receitas, como saladas, aperitivos, sopas, pães e bolos. Quando o pinhão é colhido e comercializado antes do período permitido – época que varia de acordo com o estado –, o vendedor e o comprador estão sujeitos à multa. Na hora de escolher e comprar o produto, o consumidor deve saber que sementes verdes possuem cor esbranquiçada e grande umidade, reunindo fungos que podem ser prejudiciais à saúde.

3)    Tinta orgânica

Espécie nativa da Floresta com Araucárias, a erva-mate é matéria-prima na fabricação de uma tinta orgânica. A cor conhecida como “verde erva-mate” foi criada pela startup carioca Mancha, com erva-mate da iniciativa Araucária+. O objetivo foi desenvolver uma paleta de cores sustentáveis e orgânicas, que também conta com pigmentos de urucum, cacau e açafrão. A tinta é um produto 100% vegetal, livre de metais pesados e derivados de petróleo, o que não coloca em risco a saúde do consumidor e não polui o meio ambiente.


Sobre a Fundação Grupo Boticário

A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. A instituição defende que o patrimônio natural bem conservado é a base para o desenvolvimento econômico e bem-estar social. Também promove ações de engajamento e sensibilização, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.