Na terça-feira, dia 03 de setembro, aconteceu em São Paulo o encontro “Repensar para Integrar”. Representantes do poder público, de organizações ambientais e da iniciativa privada debateram alternativas para que carros e bicicletas possam conviver em conjunto da melhor forma. O evento contou com a participação de porta-vozes do Itaú Unibanco de áreas distintas: Luciana Nicola, superintendente de Relações Institucionais, Sustentabilidade e Negócios Inclusivos e responsável pelo patrocínio do sistema de compartilhamento de bicicletas Bike Itaú, e Rodnei Bernardino de Souza, diretor de Veículos do Itaú Unibanco, responsável pela área de financiamentos automotivos. Ambos trouxeram reflexões sobre como o uso racional dos carros combinado a outros modais, como bicicletas e transporte público, são partes de um mesmo esforço a favor de cidades mais sustentáveis e menos congestionadas.
Luciana detalhou os impactos que o uso das bicicletas é capaz de gerar para a população como um todo, beneficiando não apenas quem pedala. Segundo ela, se todas as viagens cicláveis fossem feitas por bicicletas, por exemplo, a rede pública de saúde teria uma redução significativa nos atendimentos a quadros derivados de problemas circulatórios e diabetes. Nas camadas de renda mais alta, o tempo perdido no trânsito poderia ser revertido em maior produtividade. “A bicicleta permite redução nas emissões de poluentes e também a mitigação da poluição até mesmo para quem a emite”, afirmou. A superintendente ressaltou que, para construir soluções conjuntas, é preciso envolver a todos. “Precisamos dialogar sempre. Contamos com entidades que colaboram conosco tecnicamente, nos ajudando a investir do ponto de vista de fomentar política pública. Queremos participar da discussão como um todo, e não produzir coisas apartadas”, resumiu.
Para Rodnei Bernardino de Souza, a demanda por veículos no país é crescente e deve seguir em ascensão. “Apesar do crescimento do interesse por diferentes modais, o automóvel segue sendo um objeto de desejo da população. Precisamos atender à demanda dos consumidores que desejam trocar de carro e não conseguiram nos últimos anos”, afirmou. O executivo acrescentou que apesar de o conceito de posse de um carro estar em transformação, o seu uso continua aumentando de diferentes formas, como por meio de aplicativos de transporte, locação e compartilhamento.
Rodnei relembrou que, historicamente, o setor automotivo trouxe uma solução de mobilidade para a população, sendo uma revolução para o contexto da época de seu surgimento. “Claro que depois disso ele também trouxe questões como congestionamentos e a emissão de gases, e por isso nosso diálogo é cada vez mais pertinente”, disse. “A indústria automotiva está atenta aos novos movimentos da sociedade e muito envolvida nessa transformação”, ponderou. Segundo o executivo, o uso compartilhado de veículos e a renovação da frota de maneira a reduzir emissões são elementos fundamentais desta equação.
Elisabete França, diretora de Planejamento e Projetos na CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), afirmou que somar esforços entre poder público e iniciativa privada é muito importante. Destacou ainda a importância do compartilhamento de veículos e de iniciativas como o plano cicloviário e o estatuto dos pedestres, que devem ser lançados em breve para contribuir com a integração entre modais. Além de Luciana e Elisabete, participaram do painel “Iniciativa privada e políticas públicas”: Luis Antonio Lindau, diretor do programa de Cidades do WRI Brasil e Nathalie Badaoui Choumar, assessora Municipal de Planejamento de Ações Climáticas em São Paulo do C40. Os participantes debateram como as empresas e gestores podem criar e desenvolver parcerias capazes de ampliar a oferta de opções de transporte e aprimorar o sistema de mobilidade urbana.
O diálogo “Articular para integrar” abordou como iniciativas focadas em sustentabilidade e na valorização dos espaços públicos contribuem cada vez mais para melhorar os deslocamentos e a qualidade de vida das pessoas. Ana Nassar, diretora de programas no Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP), Hannah Machado, coordenadora de Desenho Urbano e Mobilidade da Iniciativa Bloomberg para Segurança Global no Trânsito em São Paulo e Luiza de Andrada e Silva, diretora-executiva do Instituto Cidade em Movimento (IVM), conduziram essa conversa.
A terceira discussão, voltada para “O novo contexto da infraestrutura”, trouxe à tona o quanto as cidades se transformaram com o avanço automotivo e como o setor ainda poderá gerar mudanças para agregar à mobilidade urbana, tanto em grandes metrópoles quanto no interior do Brasil. Além de Rodnei, do Itaú Unibanco, participaram Renato Povia, gerente de inovação da CPFL, Raquel Cardamone, diretora-executiva da startup de cidades inteligentes Bright Cities, e José Maurício Andreta Jr., vice-presidente executivo da Fenabrave (Fenabrave Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores).
Cerca de cem pessoas acompanharam presencialmente no Itaú Cultural os três painéis do evento, que teve realização da Cidades 21, agência de comunicação focada em temas urbanos.
Sobre a Cidades 21
Agência de comunicação focada em temas urbanos, desenvolve projetos para o setor privado nas áreas de mobilidade, arquitetura, mercado imobiliário e sustentabilidade. É referência no debate de questões ligadas a cidades, atuando na criação de ações voltadas à comunicação de causas, engajamento público e na geração de novos negócios.
Bike Itaú
O Itaú Unibanco desde 2011 investe e promove a bicicleta como meio de transporte ativo gerando benefícios reais para a população, sendo o único patrocinador, no mundo, de sistemas de bike-sharing presente em mais de um país. São cinco regiões brasileiras: Rio de Janeiro, São Paulo, Grande Recife, Salvador e Porto Alegre, além do EcoBici Buenos Aires, na Argentina, e o Bike Santiago, no Chile. A Tembici é a nossa parceira na operação do bike-sharing nos três países. Desde o início, o projeto continua nessa missão de incentivar o amadurecimento da cultura da integração das bicicletas ao modelo de transporte urbano, em conjunto com o poder público e a sociedade, e fomentando políticas públicas. Atualmente, o Bike Itaú conta com 691 estações por todo o País, sendo 260 no Rio de Janeiro, 260 em São Paulo, 50 em Salvador, 80 na Grande Recife e 41 em Porto Alegre.