A produção do etanol de milho é um mercado em expansão no Brasil. A União Nacional do Etanol de Milho prevê que o país salte a produção de etanol de milho de 1,4 bilhões de litros/ano para algo em torno de 4 bilhões de litros/ano nos próximos cinco anos, chegando a 8 bilhões de litros em 10 anos. Esse crescimento gera automaticamente novas demandas de mercado, entre elas fontes de energia, proporcionada em sua maioria, pela madeira. Com isso, o plantio de florestas deve crescer e muito nos próximos anos, especialmente no Mato Grosso, maior estado produtor do etanol de milho.
“Hoje acompanhamos um movimento recente junto a produtores agroindustriais que avaliam, dentre outras fontes, o eucalipto como cultura florestal para produção sustentável de biomassa e abastecimento de usinas de etanol de milho. Como na produção do etanol de milho não há o bagaço para fonte de energia, como a cultura da cana-de-açúcar, esse tipo de usina precisa de outra matéria-prima para abastecer as caldeiras. Neste sentido, o setor florestal brasileiro já é tido como um dos mais competitivos para a produção de biomassa a partir de florestas plantadas. Desta maneira, cria-se mais uma oportunidade para o setor, como uma forte tendência de fornecer soluções e projetos florestais, principalmente no Mato Grosso, estado líder na produção de etanol de milho no país”, avalia o engenheiro florestal e diretor da Innovatech Gestão, Luiz Fellipe Arcala.
Arcala lembra que pelo menos 15 novas indústrias de produção de etanol de milho, seja flex (etanol misto) ou full (somente de milho), começarão a ser implantadas no país todo, em especial na Região Centro Oeste, nos próximos anos. “Essas usinas tendem e começam a puxar essa demanda de plantio florestal para suprir esse déficit futuro. Nesse contexto, o estado do Mato Grosso pode se tornar a grande vitrine no plantio florestal. O estado tem gerado uma série de programas de usinas de etanol de milho, o que o transforma em um mercado muito promissor na questão do plantio florestal”, prevê.
Segundo o diretor da Innovatech Gestão, o movimento de produtores rurais de outras culturas, como a soja, já está no sentido de investir em florestas. “Tenho acompanhado produtores investindo em plantação de eucaliptos em áreas marginais de plantação da soja e já em busca de contratos com usinas futuras”, afirma.
A rentabilidade do plantio de florestas é outro ponto para qual Arcala alerta. “Um produtor de soja, por exemplo, pode ter grande rentabilidade, mas sempre existe uma área ou outra em que ele não consegue produzir a um nível de viabilidade econômica satisfatório. É aí que entra o plantio da floresta como uma ótima opção de rentabilidade, desde que haja uma garantia ou grande expectativa de mercado consumidor futuro. Falamos hoje em algo em torno de 6% a 13% mais o IPC-M (Índice de Preço ao Consumidor) de retorno ao ano, o que na nossa realidade econômica é muito interessante”, explica.
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