EXCLUSIVO: Mater Natura diz que acusação do deputado Max Rosenmann é “artimanha” para impedir concretização de UCs

Redação AmbienteBrasil

Em correspondência a seus associados, a ONG Mater Natura, citada na denúncia-crime apresentada pelo deputado federal Max Rosenmann à Procuradoria Geral da República, atribui as acusações de que uma “quadrilha ambiental” teria sido formada com quadros do Ministério do Meio Ambiente e de ONGs, a “mais uma artimanha de baixo nível”, perpetrada por grupos que não teriam interesse na implantação de oito Unidades de Conservação federais nos estados de Santa Catarina e do Paraná.

Leia a nota na íntegra:

Prezados Associados,
Para aqueles que viram a notícia “Deputado denuncia ONGs que atuam no
Paraná”, quer seja no Jornal Gazeta do Povo ou sua reprodução no site do
portal AmbienteBrasil, não se preocupem.

É apenas mais uma artimanha de baixo nível utilizada por integrante de um
pequeno grupo de políticos e empresários do setor agrosilvipastoril que são
contrários à implantação das oito unidades de conservação nos ecossistemas
de floresta com araucária e campos naturais (5 no Paraná e 3 em Santa
Catarina).

Como anunciado no informativo mensal do Mater Natura deste mês, estas
pessoas estão se utilizando de todas as artimanhas possíveis para impedir a
concretização destas UCs, a exemplo:

1- efetuar desmatamentos e queimadas nas áreas onde se pretende criar as
reservas, na esperança de que áreas degradadas percam o efeito desejado
para sua criação e conservação da diversidade biológica. Ações deste tipo
foram constatadas por equipes de fiscalização do IBAMA e MMA em Abelardo
Luz (SC) e Palmas (PR), por exemplo;

2 – Mover ações judiciais para suspender a criação das UCs, e para tentar
impedir a realização de audiências públicas com vistas a debater com a
comunidade a criação das áreas protegidas;

3 – montar jogos de desinformação, disseminar mentiras (como é o presente
caso da nota abaixo) e implantar clima de terror entre os pequenos
proprietários de imóveis situados no interior e/ou entorno destas áreas.
Por exemplo, citamos a denúncia de que o IBAMA/PR encaminhou à Polícia
Federal e ao Ministério Público de que alguns proprietários rurais de Ponta
Grossa estariam induzindo os pequenos produtores a venderem suas terras com
base em informações falsas como a apresentação de mapas em que as UCs
poderiam ocupar até 60% da área total do município de Ponta Grossa. Outra
desinformação é a tentativa de convencer os agricultores de que as áreas de
entorno de todos os parques e reservas seriam de 10 quilômetros e não de
500 metros como o MMA determinou.

Esclarecemos que o setor jurídico do Ministério do Meio Ambiente (MMA)
está rebatendo, junto à Procuradoria Geral da República, as ridículas e
inconsistentes argumentações na tal de denúncia-crime, a qual não deve se
sustentar por muito tempo.

Abraços, Paulo A. Pizzi
Diretor Presidente Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais
pizzi@maternatura.org.br
www.maternatura.org.br