Danielle Jordan /AmbienteBrasil
Foi instituído nesta terça-feira, 22, o Fórum Paranaense de Biodiversidade e Biossegurança para a 8ª Conferência entre as Partes, COP-8, e Protocolo de Cartagena, com objetivo de propor políticas de proteção à biodiversidade.
Para Paulo Roberto Castella, assessor da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, o fórum é importante pois são diferentes atores atuando juntos, sociedade civil e governo estadual, para adoção de políticas de proteção. “Não fica só na mão do poder público”, explica. A adoção de políticas públicas é facilitada e, segundo ele, as Unidades de Conservação propostas pelo Ministério do Meio Ambiente, que foram tão debatidas no Paraná, são um exemplo.
A secretaria fará o possível para que logo iniciem os trabalhos, segundo Castella. O regimento interno ainda será estabelecido, mas ele adianta que, em breve, será proposta a formação de uma Câmara Técnica.
O fórum pode ser considerado um primeiro passo, preparando e estimulando as entidades paranaenses para a participação na COP-8 e a Reunião das Partes do Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança, MOP-3. Os debates podem auxiliar na tomada de decisões de alguns delegados e delegadas, influenciados pelos seminários apresentados no eventos adicionais. “Mas não irão interferir diretamente nas decisões da COP”, explica Castella. Ele diz ainda que tais eventos serão realizados por indicação do Fórum ou de forma independente.
O Fórum servirá também como apoio na obtenção de financiamentos nacionais e internacionais para projetos relacionados à biodiversidade no estado, assim como para estimular a gestão estratégica empresarial visando a valorização dos ativos e redução dos passivos ambientais, tornando os produtos mais atrativos internacionalmente pela prática sustentável. Deverá ainda ser elaborado um Relatório Estadual de Biodiversidade.
Em março de 2006, o Paraná sediará os dois eventos da Convenção sobre Bioversidade Biológica, CDB, a COP-8 e MOP-3. A CDB é uma das mais importantes convenções ambientais, resultante da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD (Rio 92), englobando 188 países, além de outros que já a assinaram, mas ainda não a ratificaram, como os Estados Unidos.
Os debates da COP giram em torno da biodiversidade, enquanto que os da MOP são pautados pela biossegurança, relacionado aos organismos genéticamente modificados – transgênicos. Os temas mais “quentes” nos debates devem ser as espécies ameaçadas da flora e a biossegurança, disse Castella a AmbienteBrasil.
Importância da Conferência
Além dos inumeráveis benefícios ao meio ambiente, as convenções sobre Biodiversidade trazem ganhos maiores para o país sede. Um evento deste porte coloca o Brasil no foco das atenções. As parcerias internacionais são beneficiadas com este tipo de evento, onde participantes do mundo se reunem para debates, assim como a imprensa estará voltada para as decisões tomadas.
As discussões tomam dimensões globais, promovendo a integração de diversos setores e diferentes países. Na ocasião, a megabiodiversidade brasileira será evidenciada, dando a oportunidade de expor experiências exemplares de sua gestão no país, assim como será possível uma maior divulgação do potencial brasileiro com ecoturismo, recursos pesqueiros, florestais, entre outros.