Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O mercado de certificação ambiental vem crescendo no Brasil, tanto nas unidades agrícolas e florestais produtoras de matérias-primas quanto no de produtos acabados que chegam ao consumidor final.
A informação é do secretário-executivo da organização não governamental Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Luis Fernando Guedes Pinto. Fundada em 1995, a entidade se dedica a promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e gerar benefícios sociais nos setores agrícola e florestal.
“O que a gente vê no Brasil, tanto no setor florestal como agrícola, é que a certificação cresce a taxas muito altas desde a década de 90”, disse Guedes Pinto à Agência Brasil.
Boa parte, porém, da produção certificada ainda é exportada e não chega a todos os brasileiros. Segundo Guedes Pinto, na agricultura a certificação é cada vez mais importante, principalmente para quem quer acessar mercados especiais.
“E o mercado internacional de exportação é principal para isso”.
No setor de florestas naturais de madeira tropical, a certificação não tem crescido muito porque existem ainda entraves a serem resolvidos no que se refere ao crescimento legal e certificável das madeireiras no Brasil. O processo, contudo, já começou.
“Seja para atingir novos mercados, seja por uma questão de gerenciar risco ambiental, seja para melhorar a imagem e reputação da empresa”.
Guedes Pinto afirmou que o consumidor brasileiro ainda não tem consciência das normas de proteção socioambiental envolvidas no processo de certificação.
“Ele ainda não entende o que são esses selos que estão nos produtos, mas cada vez encontra uma oferta maior de produtos certificados, coisa que na Europa, no Japão e em algumas áreas dos Estados Unidos, o consumidor já tem contato há muito mais tempo”.
Ele afirmou, entretanto, que a tendência do mercado de certificação no Brasil é irreversível, no sentido de tornar-se um instrumento cada vez mais importante para diferenciar os produtores e seus produtos.
“Para apresentar garantias de origem, seja para o consumidor final, para investidores, acionistas, e até para acessar mercados mais exigentes, como é o caso dos biocombustíveis, do etanol, do açúcar, que querem ter certeza de que esses produtos vêm de uma origem responsável, que respeita o meio ambiente e os trabalhadores”.