Ecologistas americanos denunciam que fragmentos de balas de chumbo em carcaças continuam a matar um número “desesperador” de uma das aves mais ameaçadas de extinção do país, o condor-da-Califórnia.
Desde dezembro do ano passado, sete pássaros desta espécie, de uma população de 80, morreram na região do Grand Canyon.
Três dessas mortes foram relacionadas à ingestão de chumbo deixado pelas munições nas presas mortas por caçadores que acabaram servindo de alimento a essas aves.
Os ativistas pedem que o uso de munições à base de chumbo seja proibido em áreas públicas dos Estados Unidos, como parques nacionais. Considerado um dos maiores pássaros dos EUA, esta espécie é atualmente considerada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) como criticamente ameaçada de extinção.
Reinserção e mortes – Em 1996, houve uma grande iniciativa para tentar preservar a espécie, com a reintrodução de 166 animais em seus habitats nos estados do Arizona e de Utah.
Destes, 81 morreram ou desapareceram, mas os especialistas acreditam que ao menos 38 membros do grupo morreram em decorrência da ingestão de fragmentos de chumbo encontrados em restos de presas mortas por caçadores.
Carnívoro, o condor costuma se alimentar de carcaças de animais atropelados em estradas ou que morreram por causas naturais, restos mortais descartados por caçadores, ou presas mortas por eles mesmos.
Ações concretas – Ativistas como Jeff Miller, do Centro para a Diversidade Biológica, pedem a proibição da munição. Embora o Departamento de Caça e Pesca do Arizona distribua munições sem chumbo para os caçadores, um pequeno número continua a usar as que contêm o metal tóxico.
Como resultado, todos os anos cerca da metade dos condores-da-Califórnia do parque nacional necessitam de tratamento para remover o metal de seu sangue. “É fundamental que tomemos ações para remover (o chumbo) das munições e requisitar alternativas menos tóxicas”, diz Sandy Bahr, do Sierra Club.
O pedido às autoridades já foi reforçado recentemente em um comunicado assinado por cientistas, médicos e especialistas de saúde pública. (Fonte: G1)