Até 2019, cerca de 2,5 milhões de brasileiros do semiárido deverão ter acesso à água de boa qualidade para consumo. Essa é a meta do Água Doce, programa que busca garantir água potável por meio de sistemas dessalinizadores, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.
Essa meta foi apresentada, nesta quarta-feira (29), pelo coordenador do Programa Água Doce, o gerente de projeto do MMA Renato Ferreira, durante o 1° Seminário Franco-Brasileiro sobre “Saúde Ambiental: Água, Saúde e Desenvolvimento”.
Ele falou que o programa ganha nova escala com o Plano Brasil sem Miséria. A região do semiárido é uma das mais pobres do Brasil. Muitas comunidades só tem os poços como recursos para acesso à água, destacou.
Criado em 2005, o Programa Água Doce já desenvolveu sistemas dessalinizadores em 152 locais do semiárido, beneficiando 96 mil pessoas. De acordo com Ferreira, todos os sistemas instalados continuam em funcionamento devido ao envolvimento da comunidade na gestão do equipamento.
No primeiro ano, a gente promove 100% de suporte. No segundo ano cai pra 50% e depois para 20%. A partir daí, a própria comunidade faz a gestão. E isso vem dando certo, contou o gerente de projeto. De acordo com ele, o custo médio para a instalação dos sistemas dessalinizadores é de R$ 100 mil e a manutenção mensal é de R$ 1 mil.
Para garantir o benefício para população de baixa renda, o Água Doce usa quatro critérios para a escolha de onde serão implementados os novos sistemas: nível de chuva, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mortalidade infantil e intensidade de pobreza.
Além dos sistemas dessalinizadores, o Água Doce também já criou nove unidades demonstrativas, que aliam a dessalinização com a produção de alimentos. O método é simples. A água com os rejeitos do dessalinizador é reaproveitada em tanques de criação de peixe e também para irrigação de atriplex, suporte forrageiro utilizado como alimento para ovino e caprinos. Essas unidades só podem ser instaladas em área com grande fluxo de água. (Fonte: Carlos Américo/ MMA)